É tempo de se equacionar com racionalidade a opção energética do nuclear, João de Deus Pinheiro, Vice-Presidente do Grupo PPE-DE

Intervindo no debate parlamentar sobre ao programa de actividades da Presidência austríaca da UE, o Vice-Presidente do Grupo PPE-DE no Parlamento Europeu, João de Deus Pinheiro expressou acordo sobre as grandes orientações do programa mas deixou dois avisos sérios sobre questões essenciais que necessitam duma maior atenção e cuidado.   "O primeiro chama-se segurança energética. Se olharmos para as fontes de onde vêm os nossos combustíveis fósseis, do Médio Oriente, da Venezuela, da Nigéria, da Argélia e por aí adiante, chegamos à conclusão que a vasta maioria das fontes tem uma grande instabilidade política, donde, por mais que equacionemos as nossas reservas, por mais que negociemos contratos a longo prazo, teremos uma ameaça permanente sobre o fornecimento de energia à Europa", disse. 

João de Deus Pinheiro sublinhou que " É tempo de se equacionar com racionalidade a opção energética do nuclear ".   O Vice-Presidente do Grupo PPE-DE advertiu também para uma segunda questão, referida aliás pelo Chanceler austríaco Schüssel ao abrir o debate parlamentar: o crescimento, o emprego, a globalização e a Estratégia de Lisboa.

João de Deus Pinheiro exige uma atitude mais clara e responsável. "Aqui também não podemos ser hipócritas. Não me lembro de nenhum projecto europeu que tenha vencido, que se tenha desenvolvido e que não tenha sido monitorado pela Comissão. É tempo de dizer que a estratégia, que tem sido seguida com base não numa proposta da Comissão mas num intergovernamentalismo, é estéril e não serve. Há que dar meios e responsabilidades à Comissão para que esta se empenhe mais. A Comissão deverá monitorar e definir um "roadmap". Foi assim que se fez com o mercado interno e com a moeda única".

A concluir o Vice-Presidente avisou que "Continuarmos com a ideia de que a intergovernamentalidade pode fazer medrar a Estratégia de Lisboa é um erro profundo. É por isso que não podemos mistificar os cidadãos e temos que dizer: dêem à Comissão o poder de que ela necessita para fazer funcionar a Estratégia de Lisboa".