João de Deus Pinheiro intervém no debate sobre o Futuro da Europa e tece duras críticas à Estratégia de Lisboa

Na sessão plenária do Parlamento Europeu, a decorrer em Bruxelas, João de Deus Pinheiro, Vice-Presidente do Grupo PPE, interveio no debate sobre "o Futuro da Europa" que contou com a presença do Primeiro-Ministro belga e membro do Conselho Europeu, Guy Verhofstadt.

Na sua intervenção, João de Deus Pinheiro manifestou o seu forte apoio à intervenção e à tónica do discurso do Primeiro-Ministro belga e à sua visão europeia, discurso este que foi muito crítico quanto aos status quo vigente e sobretudo quanto à Estratégia de Lisboa.

O Vice -Presidente do PEE revelou a sua preocupação para com a governação da Europa no que diz respeito à parte institucional, à eficácia das instituições, à diminuição da burocracia, e ao aumento da subsidiariedade

João de Deus Pinheiro exigiu mais e melhor Europa no domínio externo, sobretudo no combate ao terrorismo, no aumento da segurança e da eficiência energética e na procura da Paz e estabilidade para o Médio Oriente.

Quanto à Estratégia de Lisboa afirmou que se revê claramente no excelente discurso do Primeiro-Ministro belga, pois na sequência do que já reiteradamente tem afirmado, a Estratégia de Lisboa sofre de dois pecados:

 - um pecado original pelo facto de não se ter atribuído à Comissão o papel de pivot principal desta estratégia (ao contrário do Mercado Interno e da Moeda Única que são reconhecidos casos de sucesso ao nível do processo comunitário); e

- um pecado mortal por continuarem a não ser equacionadas medidas claras e concretas para a sua real implementação;

Segundo João de Deus Pinheiro " infelizmente continuam a confundir-se "intenções" com "objectivos concretos e quantificáveis", e mesmo quando estes existem - o que é raro - faltam identificar e operacionalizar os programas ou actividades necessárias para atingir esses objectivos. Qualquer empresa que seguisse por este caminho já teria aberto falência...."

A terminar, o Deputado português disse ainda que "é determinante dar à Comissão mais poderes e também mais responsabilidades, para assim responder à ansiedade generalizada quanto ao crescimento e ao emprego. Eis a prioridade das prioridades no tempo que passa."