05-12-2006

Luís Amado

Na verdade, não se compreende que sejam feitas referências a Portugal, sem fundamentação alguma, uma semana antes de uma delegação da comissão se deslocar a Portugal para apurar, com a colaboração do Governo português, da existência de indícios que possam suportar as alegações. (...) Perante esta situação, prossegue o ministro, «será reconhecidamente difícil evitar a conclusão de que a Comissão já tem certezas nesta matéria, ignorando aquilo que o Governo português apurou: não há, até à data, quaisquer factos ou indícios relevantes que permitam afirmar que tenham sido cometidas ilegalidades em território português


30-11-2006

Dermot Ahern

They have issued a report two days before[it was due to be published], it is absolutely ludicrous. You would think they would listen to us before they criticise us


30-11-2006

Claudio Fava

Les enlèvements secrets de terroristes présumés étaient loin d'être une pratique isolée. Il s'agissait d'un système éprouvé et structuré que la CIA américaine utilisait dans la lutte contre le terrorisme. (...) Ce système fonctionnait avec la complicité active et passive de différents gouvernements et services secrets européens. (...)


29-11-2006

Cláudio Fava

Todos os países da UE estavam ao corrente do programa americano de detenções forçadas e prisões secretas . Todos preferiram ficar calados e nenhum se questionou sobre a legalidade destas acções. Pior. Muitos governos beneficiaram das consequências das detenções, enviando investigadores a Guantánamo para interrogar prisioneiros, ou seja, não participaram na detenções, mas interrogaram prisioneiros. Para nós é uma forma de legitimar as detenções.


29-11-2006

Jornal de Notícias

Portugal instado a esclarecer voos de Guantánamo

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29-11-2006

Carlos Coelho

O projecto de relatório é globalmente justo e equilibrado. (...) Os eventuais acrescentos a fazer irão no sentido do endurecimento das conclusões por causa de um conjunto reiterado de resistências e falsidades do conselho de ministros. O Conselho de Ministros, enquanto instituição, portou-se de maneira inqualificável e mentiu aos eurodeputados.O conselho furtou documentos e amputou deliberadamente outros. (...) É claro que houve acções ilegais na Europa, e é claro há uma grande resistência dos estados membros em colaborar com o PE. Os Estados membros reagem a esta matéria com enfado, em vez de reagirem de forma a defender os seus cidadãos e os direitos humanos.


10-11-2006

Carlos Coelho

Nous n'avons trouvé nulle part ailleurs une telle absence de volonté de coopérer comme en Pologne. (...) J'ai l'impression que sur cette question les membres du Parlement européen et des journalistes sont confrontés au même type de difficultés: manque de coopération et refus d'informer. (...) Je suis obligé de souligner la différence entre l'ouverture et la volonté de coopérer qui nous ont été offertes lors de notre séjour en Roumanie il y a trois semaines et ce que nous avons vécu lors de notre visite en Pologne. (...) Cela est d'autant plus important que la Pologne et la Roumanie se trouvent être les deux pays soupçonnés d'avoir hébergé des centres de détention secrets.


24-10-2006

Vera Jardim

Quando as pessoas ficam uma ou duas horas metidas num avião com as portas fechadas, começa-se a criar um ambiente de tensão. Como é possível que estas pessoas tenham ficado 12 horas ou mais de portas fechadas? Há aqui alguma coisa que nos faz perguntar se serão verdadeiras escalas técnicas.


24-10-2006

Luís Fonseca de Almeida - Presidente do INAC

A escala técnica significa que é uma escala não comercial, que não há embarque ou desembarque de passageiros ou carga. (...) a tripulação ter necessidade de pernoitar, por fadiga. (...) a tripulação pode sair, mas não embarca ou desembarca carga.


24-10-2006

Jarmela Palos, Director do SEF

Não há nenhuma situação de irregularidades detectada em qualquer uma das aeronaves em apreço, que exigissem por parte do SEF um comportamento diferente do que adoptou. (...) o SEF não controla voos nem aeronaves, mas pessoas. (...) Quando os passageiros e mantêm a bordo o SEF não procede a nenhum controlo. (...) Sempre que houve desembarque de passageiros que manifestaram interesse em entrar em território nacional, eles foram controlados.


18-10-2006

Ana Gomes

Os chamados voos da CIA não são formalmente operados por uma agência CIA, mas por companhias de fachada que se sabe que trabalham para a CIA. E isso não foi negado pela CIA. (...) As pessoas não chegaram lá a nadar. Foram transportadas de alguma maneira. (...) Há prova de que alguns aviões que passaram por Portugal fizeram de forma clara e assumida a transferência de prisioneiros. (...) Isto não é uma mera suspeição. (...) Não estou a ser instrumentalizada por ninguém. (...) Como membro da comissão não posso deixar de dar prioridade ao meu país. (...) É dever dos deputados portugueses interessarem-se porque está em causa a violação da soberania portuguesa. (...) Lamento imenso, mas vou ser incómoda para quem tiver que ser incómoda. Não deito o lixo para debaixo do tapete.


18-10-2006

Luís Amado

Há fortes suspeitas de alegados voos da CIA. Até admito que grande parte deles sejam da CIA, mas são alegados. (...) Falou em informações sobre 130 voos da CIA que passaram por Portugal. Eu até admito que grande parte fosse voos da CIA pois esta é uma organização internacional que anda pelos quatro cantos do mundo e decerto passa pelo espaço aéreo português, mas não temos provas. (...) Não temos nada de que nos envergonharmos nesta matéria. (...) Nenhum dos dados agora obtidos constitui indício credível da prática de ilegalidades em território nacional (...) É isso que estamos a apurar: se o Governo foi cúmplice com alguma ilegalidade cometida no território português. (...) Eu quero é ser julgado por ter tido, enquanto membro do Governo português, alguma cumplicidade ou conivência com uma ilegalidade cometida em território português. Se me provar isso, eu demito-me no dia seguinte.


14-10-2006

Colleen Graffy (Secretária de Estado Adjunta dos EUA)

Os EUA não pensam que as ‘rendições’ sejam ilegais. Se um indivíduo entra num determinado país africano e é identificado na fronteira como terrorista, esse país não tem condições para o reter ou para o manter sob vigilância. Então, em vez de o deixar ir, prefere notificar um outro país. E muito poucas nações têm a capacidade dos EUA de ajudar e pegar no indivíduo nesse país e removê-lo para outro. Alguém terá argumentos válidos contra o facto de se levar este indivíduo para um país onde ele possa estar detido em condições ou sob vigilância, de forma a prevenir que cometa actos terroristas? Isto é uma ‘rendição’ e a América não a vê como ilegal mas antes como parte das ferramentas para combater o terrorismo. Mas não podemos levar uma pessoa para um país onde é provável que seja torturada. A América não acredita em tortura. (...) Guantánamo não é um spa, mas também não é um campo de tortura desumano.


13-10-2006

Margareth Beckett (MNE UK)

A detenção contínua e sem um julgamento equitativo de prisioneiros é inaceitável à luz dos direitos do Homem, mas é igualmente ineficaz em termos de luta contra o terrorismo.


06-10-2006

Jorge Coelho

Se Portugal tivesse sido escala de transporte de prisioneiros sequestrados em certos países, isso seria ilegalidade e eu afirmaria a minha total oposição. Confio no sentido de Estado do Governo, seja o actual sejam os anteriores, para que, com seu conhecimento, isso não fosse possível.


06-10-2006

Pacheco Pereira

A questão dos voos da CIA não é da competência do Parlamento Europeu, acho bem que o Governo português não lhe preste esclarecimentos. Vemos é uma atitude abusiva do Parlamento Europeu, em que participam deputados portugueses e até do meu partido. Acho que fazem um erro.


05-10-2006

António Martins da Cruz

Não gosto de me pôr em bicos dos pés, mas se o Governo ou o presidente da comissão temporária do Parlamento Europeu, o eurodeputado Carlos Coelho, entenderem que o meu depoimento é necessário, não tenho nada a opor. (...) Direi que nunca tive conhecimento, nem tinha que ter pois a matéria deverá ser do foro civil. (...) Aquilo de que a imprensa e a comissão do PE têm falado, das duas, uma: ou se trata de voos civis ou militares. E pelo que tenho percebido são voos civis.


03-10-2006

Luís Amado

Recebo toda a gente no meu gabinete, não há nenhum pedido de audiência que até hoje não tenha sido satisfeito. Portanto, receberei os deputados do Parlamento Europeu com todo o gosto.(...) Não tem havido nenhuma pergunta que tenha ficado sem resposta. (...) Eu não disse que não ia a Estrasburgo. Dei foi uma resposta em relação a elementos que foram pedidos e que eu penso que são importantes para a própria comissão avaliar a situação.


03-10-2006

Luís Amado

O Governo não dispõe até ao momento de nenhum indício de que tenha sido cometida qualquer ilegalidade em Portugal. (...) Não se tratou do Governo português não querer ir ao PE. Tratou-se apenas de concertar de uma forma equilibrada entre o que é o acompanhamento da Assembleia da República desta questão e o acompanhamento do PE. Além do mais, o caso de Portugal é diferente porque Portugal não é referenciado no relatório do Parlamento Europeu.


02-10-2006

Carlos Coelho

A comissão vai até Lisboa para falar com o Governo português. (...) visto que o ministro dos negócios estrangeiros não me respondeu se estaria, ou não, disposto a vir falar à comissão. (...) Fiquei desapontado, porque, depois dos incidentes todos (...), estava à espera, do Governo português, de uma atitude mais proactiva relativamente à colaboração com a comissão e à prestação de esclarecimentos.