O Dia Mundial contra o Tráfico de Seres Humanos é assinalado desde 2013, depois de ter sido aprovado por uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas. Em 2018, estima-se que 21 milhões de pessoas, em todo o mundo, sejam sujeitas a trabalho forçado, depois de serem sujeitas a tráfico. Carlos Coelho recordou a urgência de combater este tipo de criminalidade, sobretudo no contexto de crises migratórias.
O Deputado ao Parlamento Europeu sublinhou que “o tráfico de seres humanos é um crime hediondo a que estão associadas outras realidades criminosas como o tráfico de órgãos e mesmo a utilização de pessoas como «correios» de droga. As vítimas são sujeitas a tratamentos absolutamente degradantes e exploradas não só em trabalhos forçados, mas também do ponto de vista sexual. Além disso, muitas das vítimas são usadas por redes de mendicância ou delinquência forçada. Outras são utilizadas para tráfico de órgãos muitas vezes com a eliminação física da pessoa a quem foram extraídos. Bastam estes exemplos para ver que o tráfico de seres humanos está na origem de outros fenómenos que temos de combater em todo o mundo e, em particular, na Europa”. Sobre a actualidade do tema, o social-democrata recordou que “a Europa enfrenta, hoje, o desafio da gestão das migrações. Quando assistimos a um fluxo de imigração para a Europa, muitos são aqueles que recorrem a mecanismos ilegais e que se predispõem a qualquer provação para chegarem a território europeu. Ora, há criminosos que não hesitam em usar esse desespero para lucrar com o seu transporte ilegal pelas fronteiras da União, sobretudo através do Mediterrâneo – colocando em perigo a vida de todos -, mas também com o tráfico de muitas destas pessoas para todos os efeitos”.
Carlos Coelho ressalvou ainda que “a situação das crianças é particularmente preocupante. Em Portugal, por exemplo, num ano em que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras sinalizou 29 vítimas de tráfico, verificámos que 18 dessas pessoas eram crianças. Por isso é tão importante trabalhar para a rápida identificação e resgate dessas crianças. É isso que tento fazer na reforma em curso do Sistema de Informação Schengen e no trabalho quotidiano que faço em contacto com as autoridades dos Estados-Membros e com as organizações da sociedade civil, como a Missing Children Europe ou o português Instituto de Apoio à Criança”.
Na União Europeia, o Dia Europeu contra o Tráfico de Seres Humanos é assinalado a 18 de Outubro. Carlos Coelho espera que “a anunciada campanha de sensibilização que pretende mobilizar a maioria dos Estados-Membros seja um grito de alerta para a importância de, no contexto da gestão das migrações, olhar para este crime com a determinação necessária para o erradicar da Europa”.