História da Carta da Europa

1. Francisco Lucas Pires

 

Francisco Lucas Pires é eleito pela primeira vez para o Parlamento Europeu pela Assembleia República, em 1986.

O seu empenho na construção europeia grangea-lhe assinalável prestígio e é dos então 24 Deputados Portugueses, o que mais se destaca no plano europeu, tendo sido o primeiro português a ser eleito Vice-Presidente do Parlamento Europeu.

Na sua imagem pública, em Portugal,  mais do que o facto de ter sido Presidente do CDS avulta a sua qualidade de Deputado Europeu.

Essa circunstância repercute-se nas eleições de 1987. No mesmo dia realizam-se eleições para a Assembleia da República e para o Parlamento Europeu. Enquanto que o CDS obtem apenas 4.34% para a Assembleia da República (elegendo apenas 4 Deputados, no total de 250) recolhe 15.41% dos sufrágios para o Parlamento Europeu, (elegendo 4 Deputados no total de 24).

Se o fenómeno Cavaco Silva e a atracção do voto útil no PSD pôde justificar o súbito emagrecimento da votação nacional do CDS, o valor que obteve nas eleições europeias  e que excedeu claramente aqueles valores podia legitimamente ser reclamado por Francisco Lucas Pires.

Francisco Lucas Pires viu confirmada a sua legitimidade como Deputado Europeu, mas começam a deteriorar-se as relações entre ele e a direcção do CDS.  Em 1989, nas eleições autárquicas o CDS obteve apenas 9% dos votos enquanto que, nas europeias ultrapassava os 14%  (elegeu, então, 3 Deputados Europeus).

Para comunicar com os seus eleitores e dar-lhes conhecimento das suas actividades como Deputado no Parlamento Europeu, Francisco Lucas Pires cria em 1994 a "Carta da Europa".   Tratava-se, com efeito, duma carta:  da Carta do Deputado europeu aos que nele votaram e que ele representava da melhor maneira.

O CDS radicaliza as suas posições face à Europa e é expulso do Partido Popular Europeu. Francisco Lucas Pires, fiel aos seus princípios, mantém-se como Deputado independente no PPE.

Estava consumada a separação entre o CDS e Francisco Lucas Pires e este aceita ser candidato independente pelo PSD, ao mesmo tempo que se esforça por aproximar o PSD do Partido Popular Europeu.

 

2. António Capucho

Entretanto, o PSD, então integrado no Grupo Liberal, Democrático e Reformista, fazia chegar aos seus principais quadros o balanço da sua intervenção no Parlamento Europeu  numa publicação intitulada "Projecto Europa", dirigida desde Março de 1990, por António Capucho, líder dos Deputados do PSD no Parlamento Europeu.

Com a adesão do PSD ao Partido Popular Europeu, "Carta da Europa" passa, por vontade expressa de Francisco Lucas Pires e sob a direcção de António Capucho, a ser o orgão de informação dos Deputados do PSD. O primeiro número de "Carta da Europa" sob a direcção de António Capucho é de Fevereiro de 1997.

António Capucho, respondendo a um apelo do então Presidente do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa, renuncia, em Setembro de 1998, ao seu mandato de Deputado ao Parlamento Europeu, para regressar às funções de Secretário-Geral do PSD, onde se tinha destacado anos atrás durante a presidência de Francisco Sá Carneiro.

 

3. Carlos Coelho

Carlos Coelho, 2º não eleito na lista de candidatos do PSD assume o mandato de Deputado em  substituição de António Capucho, (o primeiro não eleito, Mendes Bota, tinha entretanto substituído Francisco Lucas Pires, quando este faleceu), e sai da Direcção do  Grupo Parlamentar do PSD na Assembleia da República onde era Vice-Presidente na  equipa de Marques Mendes.

Integrando-se numa equipa de Deputados europeus já perto do final do seu mandato (faltavam 9 meses para as eleições europeias de 1999), Carlos Coelho assume a direcção da "Carta da Europa" e é eleito para a coordenação do GEPSD que passa a integrar conjuntamente com Arlindo Cunha e Carlos Pimenta.

Após as eleições de 2004, Carlos Coelho continua assumir a Direcção da "Carta da Europa" e a coordenar o GEPSD.

Após as eleições de 2009, Paulo Rangel assumiu a Coordenação do GEPSD tendo o Grupo renovado o mandato de Carlos Coelho como Director da "Carta da Europa".

A actual redacção da Carta da Europa integra ainda Pedro Paulos e Cruz e Fernando Vaz das Neves e conta com a montagem e as ilustrações de Júlio Pisa