Carlos Coelho abstém-se na Resolução sobre os voos da CIA

A Sessão Plenária do Parlamento Europeu aprovou hoje uma Resolução sobre o "Uso de países europeus pela CIA para o transporte e detenção ilegal de prisioneiros". O Deputado europeu do PSD, Carlos Coelho, que presidiu à Comissão Temporária que desenvolveu as investigações no Parlamento Europeu absteve-se na votação. O Deputado do PSD considera que por um lado não poderia votar contra um texto que "recorda valores essenciais do respeito pelos Direitos Humanos, pelo Estado de Direito e pela procura da verdade" mas por outro lado não podia votar favoravelmente um texto que pretende "instrumentalizar o PE para lutas de política interna" e que por outro aparece "fora de tempo pois ainda decorrem diligências no Parlamento Europeu."

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Carlos Coelho lembra que, em 2007, o Parlamento Europeu, na sequência da investigação feita pela Comissão CIA a que presidiu, "aprovou uma Resolução que continha dezenas de Recomendações que visavam prevenir a repetição dessas acções ilegais."

Como recorda o Deputado do PSD, decorre agora um processo de "avaliação da aplicação daquelas Recomendações", e mais recentemente "o Presidente do PE enviou um pedido formal de cooperação aos Presidentes dos Parlamentos Nacionais e uma audição realizar-se-á em breve."

Aprovar uma nova Resolução antes de concluir o processo é, para Carlos Coelho uma "precipitação que gera erros."

Na sua declaração de voto Carlos Coelho afirma:

"o erro de falar cedo de mais quando não há nada de novo para dizer; o erro de falar cedo de mais quando não há nada de novo à vontade de instrumentalizá-la para atingir pessoas ou fazer política doméstica; o erro de começar por criticar Barak Obama quando devíamos investir no relançamento da cooperação transatlântica beneficiando da mudança da Administração norte-americana."

"Por isso não poderei votar a favor desta Resolução. Igualmente não poderei votar contra um texto que recorda valores essenciais do respeito pelos Direitos Humanos, pelo Estado de Direito e pela procura da verdade. Assim, abster-me-ei."

Pode ouvir a entrevista à TSF aqui