Carlos Coelho alerta para as desigualdades entre géneros por ocasião do Dia Internacional da Mulher

O Parlamento Europeu comemorou hoje, 8 de Março, o Centenário do Dia Internacional da Mulher com uma cerimónia em que participaram o Presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, e o Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

 

Carlos Coelho felicitou a colega Mariya Nedelcheva pelo seu Relatório sobre a Igualdade entre Homens e Mulheres.

 

"Partilho a análise que faz sobre o facto das mulheres terem sido particularmente afectadas pela crise económica e financeira que estamos a atravessar. Tudo indica que no emprego, na saúde, na educação, no apoio social, entre outros sectores, as mulheres vão sentir mais e durante mais tempo as consequências da crise do que os homens" referiu o social-democrata.

 

Carlos Coelho frisou também que "no que toca ao nível de rendimentos, às condições de trabalho e de contratação e ao acesso ao trabalho a situação das mulheres parece deteriorar-se mais rapidamente do que a dos homens. Nesse sentido é importante criar novas oportunidades e reforçar as sinergias da igualdade entre os géneros, contribuindo para estimular a recuperação e o próprio crescimento económico."

 

As disparidades entre os salários auferidos pelas mulheres e pelos homens continuam a ser, em média, de 18% na UE e ultrapassam os 25% em certos países e mesmo os 30% num Estado-Membro, de acordo com o relatório sobre a igualdade entre homens e mulheres na UE em 2010. Com a crise, as reduções salariais fizeram-se sentir sobretudo em sectores de serviços predominantemente femininos e em sectores financiados pelos orçamentos do Estado em que a maioria dos trabalhadores são mulheres.

 

O eurodeputado português aplaudiu também "a referência à luta contra a pobreza (tendo sido 2010 o Ano Europeu da Luta contra a Pobreza), dando particular atenção às mulheres mais vulneráveis".

 

Note-se que cerca de 85 milhões de europeus vivem abaixo da linha de pobreza e 17% de todas as mulheres nos 27 países da UE estão classificadas como vivendo na pobreza.

 

 A "feminização da pobreza" significa que a incidência da pobreza nas mulheres é superior à dos homens, que a sua pobreza é mais grave do que a dos homens e que a pobreza entre as mulheres está a aumentar.

 

Ao concluir Carlos Coelho lamentou porém "que também aqui, a esquerda parlamentar tenha introduzido a polémica do aborto à revelia do que são as competências comunitárias".