Carlos Coelho exige Facebook no Parlamento e acção da Comissão Europeia

Carlos Coelho interveio na reunião plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, no debate sobre “Cambridge Analytica e Facebook: Protecção dos dados e da vida privada dos cidadãos como linha de defesa contra a manipulação eleitoral”, numa ocasião em que exigiu a audição do Facebook e interpelou a Comissão Europeia a agir.

O social-democrata destacou que “o acesso criminoso da Cambrige Analytica a informações privadas de utilizadores do Facebook é um ataque ao direito fundamental à protecção de dados dos cidadãos europeus que viram a sua privacidade violada. Se é grave, em termos absolutos, em cada um dos quase três milhões de casos na Europa, ainda mais grave se torna quando olhamos para as potenciais consequências. E quando sabemos que os dados de um milhão e cem mil britânicos foram violados e utilizados para a concepção da campanha pelo Brexit, em que o “leave” venceu por pouco mais do que isso, não podemos deixar de tirar conclusões preocupantes. Se assim foi e se a decisão mais importante das últimas décadas de integração europeia foi influenciada por um crime, estamos perante um atentado contra o Estado de Direito”.

O Deputado ao Parlamento Europeu, que já enviou uma pergunta formal à Comissão Europeia sobre esta matéria (pode consultar aqui), acrescentou que “não podemos admitir que, ao assistirmos à violação da privacidade de quase três milhões de europeus, não tenhamos a oportunidade de pedir explicações a quem permitiu esse abuso. E tal como é nosso dever chamar os responsáveis a esclarecer os cidadãos, também é nosso dever apelar à Comissão para ir mais além. Não podemos hesitar face a um ataque desta dimensão aos direitos fundamentais dos cidadãos e ao Estado de Direito na União. Admitir a utilização de informação privilegiada dos utilizadores de determinada rede social para propagandear ideais e discurso de ódio ou distribuir fake news é transigir num atentado contra a democracia na Europa”.

Pode assistir à intervenção de Carlos Coelho na reunião plenária do Parlamento Europeu aqui.