Pol&iacute;tica de Seguran&ccedil;a e Defesa: para Costa Neves, ''<I>a paz tem de continuar a ser o grande des&iacute;gnio da constru&ccedil;&atilde;o europeia</I>''

O Deputado do PSD Carlos Costa Neves defendeu hoje, em Estrasburgo, que " a paz tem de continuar a ser o grande desígnio da construção europeia, mas esta não nasce do nada".

Para Costa Neves, que usou da palavra no debate, no Plenário do Parlamento Europeu, sobre a Política de Segurança e Defesa, "é, assim, essencial: dispor de instrumentos eficazes para gerir as crises por meios não militares; desenvolver e compatibilizar a capacidade militar dos Estados Membros; mobilizar os meios financeiros adequados nos orçamentos da União Europeia e dos Estados Membros; estabelecer estruturas eficazes de decisão".

Costa Neves defende que " para que o processo de construção europeia mantenha vitalidade e esta é condição de sobrevivência, cada ponto de chegada tem de representar novo ponto de partida. Realizada a União Económica e Monetária e o Euro é o ponto de chegada deste desígnio, quatro grandes objectivos se perfilam, sem que tenhamos cinquenta anos para os realizar: a criação de um espaço de liberdade, segurança e justiça, já aquém do calendário; o alargamento; o estabelecimento de uma política europeia comum em matéria de segurança e defesa; a reforma das instituições".

"É preciso que os Estados Membros, acrescenta Costa Neves, encarem cada uma destas questões numa perspectiva europeia.

Por muito que o nosso desejo fosse outro, a queda do muro de Berlim não secundarizou as questões de segurança e de defesa da Europa.

Aí está a complexa situação nos Balcãs para o recordar todos os dias, a lição do Kosovo a apontar como não pode ser, os desafios da bacia do Mediterrâneo para nos despertar.

Depois de décadas de bipolaridade, importa que a unipolaridade actual seja transitória, no percurso para o mundo multipolar, no que o contributo da União Europeia é decisivo".

Para Costa Neves "as opções parecem claras. O objectivo é exigente, ambicioso. A sua realização determinante. Há reformas a fazer, importantes meios financeiros e materiais a identificar, a compatibilizar e a mobilizar, o forte empenho dos Estados Membros é essencial.

Os desafios dos tempos que passam não se compadecem com novos adiamentos, não permitem mais hesitações. O Conselho Europeu da Feira deve ser, mais do que um momento de reafirmação de vontade, o momento de viragem marcado, desde logo, pela identificação dos meios financeiros necessários e pela inclusão, na agenda da Conferência Intergovernamental, dos aspectos institucionais da Política Comum de Defesa e Segurança".