O regresso de Guterres …

30 de Junho, 2000
"Após a presidência portuguesa, O PM retomará o seu contacto normal com o País" afirmou de forma clara ao Expresso o ministro mais influente do governo socialista.

Não quero aqui discorrer sobre as ausências de António Guterres que tanta tinta fizeram correr na arena da nossa política interna. Nem quero comentar a forma desajeitada como a agenda do PM passou a incluir um conjunto banal de aparições e festejos para fazer parecer presente o que tão ausente tem estado.

Quero aqui apenas reter o "elemento europeu". Se o governo se desculpa com a Presidência para justificar as ausências do PM temos de relevar o investimento europeu de Guterres que se sujeita a tanta crítica em Portugal para tentar desempenhar com maior sucesso a 2ª presidência portuguesa do Conselho.

E a tanto investimento é justo que corresponda idêntico sucesso. Que a Europa, sob presidência portuguesa dê passos em frente e que Portugal saia melhor, mais conhecido, mais prestigiado e com melhores perspectivas de progresso e desenvolvimento após este desempenho.

É que António Guterres não é Presidente do Conselho por ser Presidente da Internacional Socialista. É-o porque é Primeiro Ministro de Portugal. Não vou entrar aqui no debate de saber se é legítimo esperar que Portugal ganhe com isso. É justo esperar que, pelo menos, Portugal não tenha ficado prejudicado por essa circunstância.

Desta avaliação não se poderá livrar o PM, o governo e o PS. Os Deputados europeus do PSD não se demitirão dessa responsabilidade.