Carlos Coelho condena homicídio de jornalista búlgara

Viktoria Marinova, jornalista búlgara da cadeia de televisão local TVN, foi assassinada no sábado, dia 6 de Outubro, e encontrada num parque da cidade de Ruse com indícios de agrassão, estrangulamento e violação. A jornalista tinha emitido uma entrevista com jornalistas de investigação que trabalhavam em alegados esquemas de corrupção com fundos europeus que envolviam empresários e políticos. Um cofundador do site bivol.bg, onde trabalham os jornalistas entrevistados, alertou para a insegurança e sentimento de perigo dos profissionais que estão a trabalhar no caso.

Carlos Coelho reagiu às notícias declarando que “o homicídio brutal de Marinova, as circunstâncias especialmente violentas em que ocorreu e a coincidência temporal com estas investigações sobre corrupção levam qualquer um a acreditar que não se trata de um acto isolado, mas uma verdadeira execução com o objectivo claro de intimidar os jornalistas. Neste momento, é importante manifestar a nossa solidariedade para com a família, amigos e colegas desta profissional, mas não basta. Temos de ser firmes na defesa da liberdade de imprensa e irredutíveis no combate contra estas redes que aliam o crime de sangue ao crime de «colarinho branco». A OSCE, os Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o Comité para a Protecção dos Jornalistas ou a Associação dos Jornalistas Europeus já reagiram e era importante ver líderes políticos e instituições a seguir o exemplo destas organizações”.

O social-democrata acrescentou que “a Bulgária, infelizmente, ainda tem limitações à liberdade de imprensa e ao exercício de um jornalismo livre, figurando no 111.º lugar de uma lista de 180 países elaborada pelos RSF sobre o índice de liberdade de imprensa. Mas este problema não é exclusivo da Bulgária. Não podemos esquecer o homicídio de Jan Kuciak, na Eslováquia, em Fevereiro, ou o de Daphné Caruana Galizia, em Outubro de 2017, em Malta. O que tinham em comum? Investigavam esquemas de corrupção e redes que ligam políticos e empresários. Não acredito em coincidências nem sou ingénuo ao ponto de pensar que estes homicídios, todos eles de especial perversidade e brutalidade, não têm ligação directa ao trabalho de investigação destes jornalistas. Não estou apenas solidário com as pessoas mais próximas, mas com toda uma classe profissional que é atacada de forma vil e cruel com estes crimes aberrantes”.