O Parlamento Europeu debruçou-se hoje, em Estrasburgo, sobre o trabalho infantil no sector do cacau.
Para Carlos Coelho é " intolerável que em pleno século XXI ainda existam mais de 200 milhões de crianças vítimas do trabalho infantil, das quais mais de 100 milhões estão sujeitas às piores formas de trabalho infantil, sendo que algumas não têm mais do que 5 anos e a grande maioria tem menos de 15 anos".
Carlos Coelho frisou que "empregar crianças é sinónimo de lucro fácil e gera crianças doentes, subnutridas, morando em condições precárias, prejudicadas no seu desenvolvimento intelectual e no seu direito à educação, enfim, lesadas no seu direito a serem crianças, cabendo à UE a grande responsabilidade de assegurar que qualquer Acordo Comercial contenha disposições efectivas em matéria de redução da pobreza e de promoção de condições de trabalho dignas e seguras, bem como cláusulas juridicamente vinculativas de protecção dos direitos humanos internacionalmente acordados e a previsão de sanções eficazes e dissuasoras."
Neste sentido a exploração e tráfico de crianças nas plantações de Cacau é, sem dúvida, preocupante e tem que ser tomada devidamente em conta na decisão do PE em relação à aprovação do novo Acordo Internacional sobre o Cacau.
Para o social-democrata é, igualmente, importante "envolver os vários intervenientes - governos, indústria, produtores e sociedade civil na adopção das medidas e acções necessárias que permitam erradicar o trabalho infantil, assegurando que o cacau seja cultivado de forma digna e responsável".