Carlos Coelho interveio hoje na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Bruxelas, no debate sobre “risco de abuso político dos meios de comunicação social na República Checa”. O Deputado ao Parlamento Europeu tomou a palavra depois da declaração da Comissão Europeia, que se fez representar pela Comissária Cecilia Malmström (Comércio), sobre a matéria da ordem do dia.
“A liberdade de imprensa é um pilar do Estado de Direito e é um direito fundamental. Consagrámo-lo na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia. E fizemo-lo porque uma verdadeira democracia necessita de cidadãos informados, que possam escrutinar os seus representantes. Ora, sem liberdade de imprensa isso não é possível” declarou Carlos Coelho.
Sobre as ameaças à liberdade de imprensa no Mundo, o social-democrata recordou o fenómeno das fake news, da perseguição a órgãos de comunicação social e de concentração da propriedade de jornais e televisões numa só pessoa. Sobre as fake news afirmou que “ganharam uma dimensão preocupante e contaminam hoje grande parte do espaço público. Com consequências de longuíssimo alcance e motivações muitas vezes de natureza geoestratégica, as fake news são hoje um vírus que contamina a liberdade de imprensa”. Acerca das perseguições a órgãos de comunicação social sublinhou que “as medidas que têm vindo a ser aprovadas pelo governo de Erdogan na Turquia, de Maduro na Venezuela ou de Putin na Rússia e de todos os países que perseguem jornalistas e encerram jornais, rádios, televisões e espaços de debate público online. Muitos jornalistas pagam o preço da liberdade e alguns até o da própria vida”. Finalmente, sobre a concentração de propriedade de órgãos de comunicação social “precisamente o que se está a passar na República Checa” concluiu salientando: “Parece-me evidente que instrumentalizar meios de comunicação para ganhos políticos coloca em risco a liberdade de imprensa”.
O Deputado terminou a sua intervenção em plenário recordando que “o essencial aqui, hoje, é reafirmar que a liberdade de imprensa está inscrita no nosso ADN político, que é pedra angular das nossas democracias e direito fundamental dos cidadãos europeus. E sobretudo quando está a ser ameaçada, é nosso dever defendê-la. E não há Babis na República Checa, Erdogan, Maduro, Putin ou fake news que nos desviem deste desígnio”.