Carlos Coelho preocupado com a erradicação da fome nos países menos desenvolvidos

O Parlamento Europeu votou hoje em Estrasburgo o relatório sobre o quadro estratégico da UE para ajudar os países em desenvolvimento a enfrentarem os desafios no domínio da segurança alimentar, que contou com o apoio do Deputado Carlos Coelho

Segundo a FAO 925 milhões de pessoas sofrem de fome. Para Carlos Coelho "este número é inaceitável nos dias de hoje.

Se queremos alcançar os Objectivos do Milénio neste domínio e erradicar a fome e melhorar a soberania alimentar há que estabelecer sinergias e dar ênfase a uma verdadeira estratégia mundial global no domínio da segurança alimentar, declarou o eurodeputado.

Novas ameaças como a especulação de preços, as alterações climáticas, a degradação dos solos, os biocombustíveis, etc. têm contribuído para agravar ainda mais esta situação.

Carlos Coelho congratulou-se com a comunicação da Comissão e " frisou a necessidade premente de por um lado aumentar a disponibilidade dos produtos alimentares, aumentar o seu valor nutritivo e combater a volatilidade dos preços, como por outro lado a nível institucional de rever as estratégias europeias para o desenvolvimento sustentável (em especial a coordenação das políticas sectoriais), aumentar a quota parte da APD afectada à Agricultura e respeitar os compromissos assumidos no seio das organizações internacionais neste matéria.

Os eurodeputados apelaram a que o disposto nas comunicações da Comissão sejam aplicadas de forma coerente e coordenada, tendo em vista uma abordagem mais eficaz das causas de fundo da fome, da subnutrição e da insegurança alimentar, a par da questão da distribuição de géneros alimentícios entre países e no interior de cada país, em especial junto dos segmentos da sociedade mais pobres e mais marginalizados.

Carlos Coelho ressalvou também que "a União Europeia deve reconhecer e defender a necessidade dos países em desenvolvimento garantirem a sua segurança alimentar e o seu direito a serem auto-suficientes tanto quanto possível, promovendo uma agricultura sustentável".

A ajuda da UE deverá concentrar-se na produção alimentar sustentável em pequena escala, a fim de aumentar a disponibilidade de produtos alimentares, atendendo a que a agricultura constitui a base das economias rurais nos países em desenvolvimento, impondo-se uma remodelação dos sistemas de produção agrícola, que se afaste dos sistemas actuais extremamente dependentes dos factores de produção externos e do petróleo se centre muito mais nos sistemas agro-ecológicos com poucos factores de produção externos e adaptados às condições locais e regionais.

O Parlamento Europeu convida, de igual modo, os Estados-Membros a apoiarem o processo de desenvolvimento do plano de execução em apoio do quadro estratégico de segurança alimentar e a aprovarem-no quando estiver pronto