Deputados do PSD reúnem em Bruxelas com jovens líderes da oposição a Hugo Chavez

Os Deputados do PSD José Silva Peneda e Sérgio Marques, que recentemente se deslocaram à Venezuela numa missão do PPE-DE para acompanhar o Referendo Constitucional, estiveram hoje reunidos com os jovens líderes dos estudantes venezuelanos Yon Goicochea e Fredy Guevara, que foram os principais rostos da campanha pelo "Não" ao Referendo Constitucional. A convite do Partido Popular Europeu os dois jovens deslocaram-se ao Parlamento Europeu para avaliar a actual situação política na Venezuela após o chumbo da Reforma Constitucional.

Segundo José Silva Peneda, que recentemente foi ameaçado com um inquérito pelo Governo Venezuelano cuja noticia envio em anexo, "há apenas duas instituições que Hugo Chávez  não controla, é a Igreja e a juventude" e foi graças a eles que "o Referendo foi chumbado pelo povo".

Yon Goicochea salientou que a actual situação no seu país "não é uma questão de direita e esquerda é sim um problema de liberdade". Hoje existem cada vez "mais grupos paramilitares ilegalmente armados pelo próprio governo que se tornam em milícias que fazem terrorismo de Estado" lembrando de seguida as mortes já ocorridas com alguns dos manifestantes.

Goicochea afirmou perante os Deputados europeus que actualmente existe uma grande dose de "autocensura" dos jornalistas por medo em virtude das constantes "perseguições de que são alvo por parte do Governo de Chávez". Essas pressões surgem de várias formas e as tentativas de estrangulamentos dos jornais são mais que muitas" segundo o jovem, algumas assumindo contornos muito engenhosos. Relatou um exemplo do mais antigo jornal Venezuelano que esteve vários dias sem ser publicado porque "precisava de importar papel e para isso precisava de comprar divisas estrangeiras, como para tal é necessária uma autorização do Estado, essa foi protelada propositadamente como forma de pressionar o jornal."

O seu colega Fredy Guevara contou aos Deputados que "Hugo Chavez tem um projecto político internacional" e quer impor as suas ideias em toda região da América Latina. Guevara considera que "a vitória do Não foi uma vitória da democracia contra o totalitarismo."

Guevara considera que Chavez quer voltar a "impor a Reforma Constitucional" e isso pode ocorrer de três diferentes formas: por iniciativa popular, como uma petição do povo a reclamar a Reforma, por uma "ley habilitante" que é um Decreto aprovado pelo Congresso que dá "poderes absolutos ao Presidente" ou então por uma Lei da Assembleia Nacional que simplesmente "imponha a Reforma."

A convicção dos dois jovens líderes é de que esta situação "não terminará por aqui" pois "o clima de insegurança e ameaça à liberdade não pára de aumentar." A terminar ambos concordaram que esta vitória foi "um milagre" e um incentivo ao povo venezuelano para "continuar a lutar pela liberdade".

José Silva Peneda chefiou a Missão da União Europeia que se deslocou a Caracas para observar as eleições legislativas que tiveram lugar em Dezembro de 2005. Esta Missão foi composta por cerca de 200 observadores dos diferentes Estados-Membros da UE.

Mais recentemente, de 8 a 9  de Novembro, José Silva Peneda e o Ex-Ministro do Interior espanhol e actual Eurodeputado Jaime Mayor Oreja deslocaram-se também à Venezuela para participarem como  oradores numa conferência sobre a "América Latina: Uma Agenda para a Liberdade".

Veja o dossier sobre a Missão Venezuela em www.silvapeneda.org onde poderá encontrar Relatório da Missão em 2005, os discursos proferidos, notícias e outras informações sobre a situação política neste país.