O Parlamento Europeu debateu hoje com a Comissão Europeia, na sessão plenária, o que está a ser feito para proteger as crianças que têm chegado à Europa de países terceiros.
O Deputado Carlos Coelho considerou que “apesar de já não fazer manchetes, apesar de já não ouvirmos falar daqueles que, fugindo da guerra e da morte, chegam às nossas fronteiras, a verdade é que estamos tristemente longe de ter resolvido a chamada “crise dos refugiados”. A má gestão da crise humanitária que assolou o mediterrâneo e as nossas fronteiras, a par de um Sistema Europeu Comum de Asilo, que tem pouco de comum, que mal funciona e, quando funciona, funciona mal, conduziu a um conjunto de prolongados efeitos adversos”.
O Deputado ao Parlamento Europeu sublinhou que “as crianças são, infelizmente, quem mais sentiram estes efeitos e mais sofreram com a incapacidade da União. Ainda em 2017, chegaram mais de trinta mil crianças à Europa, das quais metade estavam sozinhas. Não é aceitável que se passem meses sem que seja nomeado, sequer, um tutor para essas crianças. Também não é aceitável que mais meses ainda sejam necessários até que se verifique o reagrupamento com as suas famílias. Estamos a tirar-lhes o futuro, bem como às quase mil que estavam detidas em 2016.”.
O Deputado concluiu apoiando de forma clara a Comissão Europeia mas apontando o dedo aos Estados-Membros: “A Comissão, estou certo, encontrará no Parlamento todo o apoio que precisa para uma defesa resoluta dos direitos destas crianças. Mas, que fique claro, é dos Estados-Membros que mais se exige e espera. Apenas os Estados-Membros dispõem dos meios para salvarmos estas crianças, que não são imigrantes, refugiados ou requerentes de asilo. São crianças, como as nossas”.
Assista aqui à intervenção do Deputado Carlos Coelho na reunião plenária do Parlamento Europeu, em Bruxelas.