O Deputado do PSD Carlos Coelho, participou no debate que antecedeu esta votação e lembrou que "várias vezes este Parlamento pediu o encerramento da prisão de Guantanamo. Fomos acompanhados pelas outras duas instituições, Comissão e Conselho. Agora que a decisão foi tomada não pode haver equívocos quanto à nossa posição. Felicitamos vivamente o Presidente Obama por esta decisão, uma decisão que ele justificou pela necessidade de devolver aos Estados Unidos da América a autoridade moral de que gozava perante o mundo."
Carlos Coelho prosseguiu dizendo que a decisão da Administração Bush de abrir Guantánamo, bem como o programa das extraordinary renditions, "abalaram essa autoridade moral dos Estados Unidos." Na sua opinião "os fins não justificam os meios. Não é aceitável que se viole o direito internacional, que se exerça tortura, que se abram prisões secretas e que se façam desaparecer prisioneiros. Nos Estados de Direito, os detidos são apresentados à justiça e têm o direito a defender-se. Esteve mal a Administração Bush quando cometeu estes abusos, como mal estiveram os que, pelo aplauso conivente ou pelo silêncio envergonhado, foram cúmplices. "
Segundo o Deputado do PSD, se os Estados Unidos da América "pedirem a ajuda da União Europeia não a devemos recusar, como disse, aliás, o Comissário Barrot. Não abdicando da segurança dos nossos cidadãos, mas sem a utilizar como pretexto para não colaborar."
Para Carlos Coelho, é igualmente necessária a "colaboração dos Estados Unidos para ajudar a fazer luz sobre os atropelos que foram cometidos na Europa, para apurar responsabilidades e garantir que os mesmos crimes não se repetirão no futuro.
Relativamente aos Estados-Membros,o Deputado português considera que "devemos perguntar aos Estados-Membros e às instituições europeias o que fizeram para aplicar as recomendações que este Parlamento aprovou, em Fevereiro de 2007, e que explicação avançam para não o ter feito, se for o caso."
A terminar, Carlos Coelho ainda respondeu ao Deputado socialista Claudio Fava que na sua intervenção criticara Durão Barroso. Carlos Coelho afirmou: "E uma vez que o meu amigo Claudio Fava citou aqui o Presidente Barroso, creio que lhe é devida uma palavra de agradecimento porque, ao contrário do Conselho, que resistiu, mentiu e ocultou informação a este Parlamento, a Comissão Europeia teve um comportamento leal e prestou toda a colaboração às nossas investigações".