O Parlamento Europeu debate o acordo sobre a cimeira UE-Turquia da passada segunda-feira e a cimeira de 17-18 Março.
Carlos Coelho afirma ironicamente que "na passada segunda-feira os Chefes de Estado acordaram que na próxima semana decidirão algo de concreto e que irão acelerar a implementação do acordo firmado com a Turquia...em Novembro". No entanto, "olhando para as linhas gerais anunciadas, promete-se mais, em troca de mais, sem que até aqui os Estados-Membros tenham cumprido com o menos".
O Deputado sublinha que "o acordo assenta essencialmente em dois pilares: mais dinheiro e a chamada reinstalação (algo semelhante ao mecanismo de recolocação, mas com a Turquia). Uma vez mais, os Chefes de Estado prometeram a um Estado Terceiro o que não conseguem cumprir entre si. Cresce a sensação que fácil mesmo é optar pelo outsourcing. Parece ser mais fácil prometer dinheiro a quem afirma poder realizar o que não estamos a conseguir fazer".
Carlos Coelho conclui que "mais grave, porém, é que segundo o Eurojust, a Comissão Europeia, e diversas ONGs, são as muitas dúvidas que recaem sobre a Turquia no respeito pelo Estado de Direito, os Direitos Fundamentais e até mesmo as normas de asilo. A realidade defende soluções concretas, e não ideais inconsequentes. Mas deve-nos preocupar que, perante uma crise existencial, a Europa decida ignorar justamente o que lhe deu origem: os valores".