Carlos Coelho condena “farsa eleitoral” na Venezuela

A Assembleia Constituinte da Venezuela decidiu convocar eleições presidenciais antecipadas, a serem realizadas até 30 de Abril de 2018.  Cabe agora ao Conselho Nacional Eleitoral definir a data específica e organizar o acto eleitoral.  Os movimentos da oposição ao regime e a maioria da comunidade internacional já condenaram esta convocatória antecipada, em pleno processo de diálogo entre governo e oposição, mediado pelo Grupo de Lima, que reúne 12 países latino-americanos.

Em reacção a esta convocatória, Carlos Coelho afirmou que “esta convocatória surpresa é mais uma farsa eleitoral e mais um atentado da ditadura de Maduro contra a democracia e o Estado de Direito na Venezuela. Quando a prioridade do governo devia ser o processo de diálogo com a oposição, a escolha foi manter o poder a todo o custo e, numa manobra lamentável, convocar eleições que estão feridas à partida. Desde logo, porque convocadas por uma Assembleia Constituinte composta apenas por apoiantes do regime de Maduro e cuja eleição e legitimidade suscita as maiores dúvidas. E a isto soma-se o facto dos principais movimentos de oposição terem de se reinscrever no Conselho Nacional Eleitoral, de onde foram expulsos em Dezembro, e não terem, manifestamente, tempo para organizar uma campanha eleitoral”.

O Deputado ao Parlamento Europeu, que propôs a atribuição do Prémio Sakharov à Oposição Democrática Venezuelana, acrescentou que “desde Julho já são mais de 125 mortes em manifestações nas ruas da Venezuela, número que nos choca a todos. Face a isto, em vez de procurar soluções para a falta de alimentos, medicamentos e bens de primeira necessidade, Maduro opta por desafiar a oposição e a comunidade internacional. E quando tem a oportunidade de se empenhar num processo de diálogo, que estava a ser mediado pelo Grupo de Lima, afronta os seus vizinhos e protagoniza esta manobra de pura sobrevivência política. É profundamente lamentável e condenável”.

Sobre a comunidade portuguesa e luso-descendente no país, o social-democrata recordou que “há meio milhão de nossos compatriotas que vivem na Venezuela e cuja situação me preocupa muito. Sei que há muitos portugueses e luso-descendentes que, trabalhando e investindo na Venezuela, estão a ser fortemente prejudicados pelo sistema de intervenção nos preços decretado por Maduro. Espero que as sanções a altos dirigentes da ditadura de Maduro ajudem a desbloquear um impasse que está a conduzir todos aqueles que vivem na Venezuela para o conflito social, o caos económico e a repressão política