1. O que é a biotecnologia ?

Por biotecnologia entende-se a nova ciência que estuda as aplicações industriais da manipulação de células e de moléculas (cromossomas e genes) utilizando para o efeito, uma variedade importante de técnicas científicas, entre outras a engenharia genética e a bacteriologia.

O desenvolvimento da biotecnologia pode permitir a resolução de problemas numa grande diversidade de áreas (saúde com o diagnóstico e cura de doenças, a agricultura com a criação de novos alimentos e animais resistentes às doenças, ambiente, química...) melhorando assim a qualidade das nossas vidas.

Estando cada vez mais na ordem do dia, não é porém um tema pacífico. Subsistem muitas dúvidas sobre os riscos existentes na utilização da biotecnologia, nomeadamente na manipulação genética de alimentos, também conhecidos por Organismos Geneticamente Modificados (OGM's) ou mesmo na clonagem humana com o caso mediático da ovelha Dolly.

As grandes questões que se levant am são sobretudo éticas e têm que ver com as convicções e valores de cada indivíduo. Mas são também problemas de ordem científica já que ainda não se conhecem com rigor os efeitos secundários desta tecnologia.

No que diz respeito aos organismos geneticamente modificados, todos concordaram quanto à necessidade de informar o público. Este esclarecimento passa pela etiquetagem clara e precisa dos alimentos à venda. As pessoas têm o direito de não quererem comer alimentos geneticamente modificados, e portanto têm de ser informadas para poderem decidir. Na maior parte dos países é, por exemplo, proibida a integração dos OGMs nos produtos alimentares especialmente dedicados aos bébés e crianças.

Neste momento, o Parlamento Europeu prepara-se para aprovar regras ainda mais exigentes em matéria de monitorização, traçabilidade e rotulagem de OGM's.

No que diz respeito à clonagem humana, além da destruição de embriões, necessária aos progressos da investigação, existem graves problemas éticos como as derivas potenciais de escolher antecipadamente as características físicas e psicológicas dos seres humanos (clonagem reprodutiva), assim como a criação de embriões com o único objectivo de substituir um órgão humano (clonagem terapêutica).

Está em causa não apenas a vida de um novo ser, mas a sua própria dignidade enquanto pessoa. Ao clonarem-se células de um ser humano, destrói-se a própria identidade do novo ser. Deixamos de ser indivíduos únicos e irrepetíveis, para termos múltiplos sem dignidade própria. Além das questões éticas, há também evidências que a própria ciência sublinha. A diversidade genética é precisamente uma condição essencial à preservação da espécie humana. Enfraquecer a diversidade genética de qualquer espécie, por exemplo, diminui a sua resistência imunitária contra infecções.