O projecto Nordstream 2 pretende criar um novo gasoduto de 1.200 km que ligará a Rússia à Alemanha, através do Mar Báltico. A controvérsia sobre a oportunidade desta projecto levou o Deputado Carlos Coelho e outros parlamentares a exigir um esclarecimento cabal à Comissão Europeia (pode consultar a carta aqui). O Presidente Jean-Claude Juncker respondeu, numa carta que pode consultar aqui.
Carlos Coelho destacou a importância da posição assumida pela Comissão Europeia, que assumiu que o Nordstream 2 não contribui para os objectivos da estratégia energética da União. O social democrata sublinhou que “o Nordstream 2 vai aumentar a dependência energética da União Europeia face à Rússia. Precisamos criar uma verdadeira União Europeia da Energia, assente na diversidade das fontes e na segurança do abastecimento. Não podemos, por isso, incrementar a nossa dependência de um país com quem temos diferendos significativos e que já é um dos nossos principais abastecedores. Em vez de estarmos a trabalhar e a investir em aumentar esta dependência, devíamos estar à procura de alternativas na nossa vizinhança a sul, por exemplo”. Por isso, o eurodeputado acrescentou que “a posição da Comissão Europeia, ao assumir que este projecto não respeita os nossos objectivos em matéria energética, é importante, mas podemos ir mais longe. Não podemos encarar o Nordstream apenas como uma iniciativa empresarial, porque as consequências da sua realização são determinantes no plano geopolítico e geoestratégico. A anexação ilegal da Crimeia e o papel da Rússia na desestabilização da Ucrânia conduz-nos a sanções, mas ao mesmo tempo aceitamos aumentar a nossa dependência energética face a este país. Que autoridade nos resta?”.
O social-democrata assinalou que “o Nordstream 2 está a avançar todos os dias. Entre as posições de uns Estados-Membros e as reservas de outros, nenhuma decisão definitiva é tomada. Se todos concordamos que a política energética, pelas implicações que tem na Economia, na política comercial ou nos nossos objectivos climáticos, é fundamental, porque não decidimos agora terminar com este projecto? Depois da posição da Comissão, não espero outra coisa que uma negociação firme com a Rússia, liderada pela União”.