O Deputado do PSD, Sérgio Marques, defendeu hoje, em Estrasburgo, "que a União Europeia, enquanto maior doadora de ajuda humanitária tem de reforçar substancialmente a solidariedade para com a Venezuela.
Foi com este propósito, acrescentou Sérgio Marques, que apresentei neste Parlamento uma Proposta de Resolução.
Quisemos que o Parlamento instasse a Comissão Europeia a reforçar a ajuda humanitária a fim de acudir às inúmeras necessidades decorrentes da catástrofe em domínios como a assistência médica, água e higiene pública, abastecimento alimentar, etc.
Quisemos igualmente propor à Comissão Europeia que elaborasse um Plano de Acção de médio prazo para a reconstrução de infraestruturas e habitações, já que a recuperação da área sinistrada poderá levar mais de 7 anos. Este Plano deve ainda privilegiar e estimular a retoma das actividades económicas através de incentivos financeiros, financiamento bonificado e assistência especializada.
Quisemos ainda convidar a Comissão a mobilizar até ao máximo das suas possibilidades os meios necessários para fazer face às acções referidas. Não quisemos ficar apenas pelas boas intenções.
Quisemos por último recomendar à Comissão o patrocínio duma Conferência Internacional de doadores que estabelecesse formas de coordenação da ajuda internacional à Venezuela".
Sérgio Marques sublinhou que "a Venezuela constitui para mais de 300.000 meus compatriotas a terra de oportunidades para uma vida melhor. A Venezuela acolheu-os, abrindo-lhes braços amigos. O mesmo se passou com centenas de milhares de outros emigrantes europeus. Refira-se aliás que mais de 70% dos Portugueses emigrados na Venezuela são provenientes da Região que me elegeu para o Parlamento Europeu – a Madeira. Esta grande proximidade com a Venezuela fez com que acompanhássemos os efeitos das trágicas inundações com profunda tristeza e emoção. Mas fez também surgir espontaneamente um grande sentimento de solidariedade.
Foi assim muito gratificante ouvir a Comissão Europeia anunciar a prestação de ajuda humanitária. No entanto, a dimensão da catástrofe, entretanto revelada veio demonstrar a insuficiência desta ajuda. Na verdade, a Venezuela está a fazer face à maior catástrofe natural ocorrida na América Latina no século XX. É já certo que pelo menos 15.000 pessoas morreram, o que é mais do que as vidas ceifadas pelo furacão MITCH, temendo-se que este número possa subir até aos 50.000. Centenas de milhares de pessoas perderam as suas habitações. 10.000 a 20.000 milhões de dólares são os prejuízos materiais estimados (infraestruturas, habitações e actividades económicas destruídas). Perderam-se 230.000 empregos".
Perante este quadro impressionante e trágico, Sérgio Marques afirmou que "isto era o mínimo que podíamos fazer pelas populações vítimas das inundações na Venezuela".