Carlos Coelho defende maior capacidade de resposta aos fluxos migratórios massivos

O Parlamento Europeu debateu em Estrasburgo os fluxos migratórios excepcionais que estão a afectar a Europa sobretudo na zona do Mediterrâneo.

Carlos Coelho afirmou que "estamos confrontados com um enorme aumentodos fluxos migratórios, em termos de escala e complexidade" atribuindo a responsabilidade deste fenómeno à "instabilidade provocada pelas guerras e conflitos armados, das violações dos direitos humanos e dos direitos civis, das catástrofes naturais e provocadas pelo homem, bem como da falta de perspectivas de viabilidade económica e de uma estrutura sustentável para garantir a democracia em diversos países".

O social democrata recordou que "às intermináveis situações de conflito, como é o caso do Afeganistão, da Somália ou da República Democrática do Congo, veio-se juntar um alarmante aumento de novas situações de conflito, como é o caso do Egipto, da Tunísia, ou da Líbia, levando a um dramático agravamento da situação, que urge à tomada de decisões urgente e de apoio aos Estados-Membros, que por razões geográficas, têm vindo a ser mais afectados por estas pressões migratórias e têm, igualmente, vindo aperder consideravelmente a sua capacidade de resposta".

A este propósito Carlos Coelho ressalvou que "a situação caótica que se vive neste momento na ilha de Lampedusaé um claro exemplo disso, onde se encontram cerca de 7000 refugiados, na grande maioria provenientes da Tunísia. Muitos deles não tiveram sequer acesso a assistência humanitária, mesmo a mais básica, como é o caso de abrigo, camas, cobertores, sistema sanitário, cuidados médicos, etc.".

"É urgente assegurar o apoio necessário aos Estados-Membros particularmente afectados, nomeadamente através da disponibilização dos meios financeiros, humanos e técnicos necessários para assegurar uma melhor preparação e uma capacidade de resposta efectiva desses Estados-Membros, a esses fluxos migratórios massivos" e "solidarizo-me, assim, ao pedido feito pelos meus colegas para que o Mecanismo de Solidariedade da UE seja de imediato activado", defendeu o Deputado na câmara do Parlamento Europeu.

O Eurodeputado eurodeputado social-democrata responsável pelas Comissões da Liberdade, Justiça e Assuntos Internos e Direitos Humanos constatou de igual modo ser "igualmente importante tirar partido das infraestruturas e organismos existentes, como é o caso da FRONTEX e do, recentemente criado, Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo com vista a um melhor controlo dos fluxos migratórios; e caso se afigure necessário, proceder a uma reavaliação e adequação da Operação Hermes".

Carlos Coelho terminou a reiterar a crítica ao Conselho (deplorando a sua ausência no debate) por continuar a ser incapaz de chegar a consenso a propósito da reinstalação dos refugiados escudando-se em pretextos de natureza jurídica.