A Chancelerina Angela Merkel proferiu hoje, em Estrasburgo, o discurso sobre o futuro da União Europeia, no âmbito de um ciclo de debates que o Parlamento Europeu organiza com chefes de Estado ou de Governo da UE sobre o futuro da Europa.
Angela Merkel iniciou o seu discurso recordando que a Liberdade e Diversidade são valores basilares do projecto Europeu sendo a Tolerância a alma da Europa, um valor imprescindível que nos define como comunidade.
A Chancelarina reconheceu que a União demorou a encontrar uma solução para a crise migratória solicitando dos seus pares uma agenda comum criticando os egoísmos e nacionalismos de alguns Estados-Membros, na resposta a este problema comum.
Carlos Coelho concordou com a líder alemã mas comentou: “não bastam palavras e intenções. Os compromissos assumidos pela União em matéria de refugiados, migrações e fronteiras estão na direcção certa. Mas é necessária vontade política dos Chefes de Governo para lhes dar eficácia”.
Merkel defendeu, de igual modo, uma maior determinação na Política Externa da União, defendendo a criação de um exército comum europeu, complementar à NATO, e um sistema de armamento integrado como resposta a longo prazo aos impasses na área da defesa: “A época de contar com os outros já lá vai. Temos que tomar as rédeas se queremos continuar a existir como comunidade”.
Carlos Coelho concordou com a necessidade “da União dispor de mais autonomia na sua defesa, sobretudo quando a liderança americana parece querer desinvestir na segurança da Europa” mas sublinhou que “a novas atribuições e competências terão de corresponder mais meios financeiros. Prometer mais Europa e não aprovar o Orçamento necessário é correr o risco de aumentar o sentimento de impotência e frustração”.
Angela Merkel concluiu afirmando que os nacionalismos e egoísmos não devem voltar a prosperar na Europa, recordando as lições da Primeira Guerra Mundial e as divisões que levaram ao conflito. “A Tolerância e a Solidariedade são o nosso futuro comum”, rematou recebendo uma ovação da Câmara parlamentar.
Carlos Coelho apoiou as preocupações da Chefe do governo alemão dizendo “infelizmente vivemos tempos em que a solidariedade entre os povos parece ceder ao imperativo de cada um por si. Defender o projecto comum faz-se com constância e com determinação, com pedagogia e com eficácia e combatendo o simplismo de alguns e o recurso às fake news”.