Teve hoje lugar na sessão plenária, em Bruxelas, o debate com o Conselho e a Comissão sobre a última Cimeira de Chefes de Estado e de Governo.
Sobre a crise de refugiados, Carlos Coelho sublinhou que "esta foi mais uma cimeira em que ficou patente a falta de acção coordenada europeia, diagnosticando-se pela enésima vez que os problemas persistem e que urge agir. Partilho evidentemente as preocupações, mas reitero que tudo isto se deve à falta de acção dos Estados-Membros, incluindo os países da linha da frente. Todos insistem em não perceber que medidas avulsas e unilaterais, que alimentam egoísmos nacionais, tornam cada vez mais difícil uma solidariedade europeia de facto".
A propósito do acordo com o Reino Unido, o Social-democrata considerou que "a falta de solidariedade ficou também patente no compromisso alcançado. Sem prejuízo de reconhecer a importância do Reino Unido enquanto membro da União, não é bom princípio aprofundarmos regimes de excepção, que fragilizam os pilares fundamentais da União. A União Europeia é um projecto inacabado e com problemas que temos de resolver. No entanto, devemos fazê-lo em conjunto e não apenas para que um Estado-Membro possa dizer que os problemas persistem, mas que já não o afectam".
Carlos Coelho concluiu assinalando que "para lá do impacto das soluções concretas, ou falta delas, que resultaram deste Conselho, é a cultura de compromisso e confiança entre Estados, pilar do projecto europeu, que sai mais afectada".