"Registo que o Conselho Europeu, ao decidir não manter o embargo de venda de armas à Indonésia, toma, este mês, posição contrária à que o Parlamento recomendara, no mês anterior, na base de grande consenso", afirmou o Deputado do PSD Carlos Costa Neves hoje, em Estrasburgo, durante o debate em Plenário da situação nas ilhas Molucas.
Costa Neves recordou que , como tinha afirmado no debate do passado mês de Dezembro, "o actual Governo indonésio, saído de eleições livres, ao pautar-se pelos valores da democracia, entre os quais destaco o respeito pelos direitos humanos, é merecedor do apreço e da solidariedade da comunidade internacional. A situação nas ilhas Molucas que, na Indonésia, não é caso isolado, consequência, nomeadamente, da política de 'migração interna', promovida pela ditadura militar de Suharto, a que se associa a presente actuação das forças armadas indonésias que repetem Timor Leste na sua pior fase, como se nada tivesse mudado no seu país, justifica prudência e critério na forma de exprimir solidariedade".
Para Costa Neves deve-se "apoiar, pois, o necessário reforço da cooperação internacional, traduzido, nomeadamente, em ajuda humanitária àquele país e no contributo para o respectivo desenvolvimento, demonstrando, assim, o apreço pela natureza democrática do actual Governo indonésio, aumentando a sua capacidade de afirmação. Recuso a venda de armas destinadas às forças armadas que ainda não compreenderam o seu estatuto num Estado de Direito que as coloca na dependência do Governo".
Dadas as circunstâncias, Costa Neves defendeu que "o sinal certo é manter o embargo à venda de armas à Indonésia".