Debateram-se hoje, em Estrasburgo, as prioridades da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, apresentadas pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Jaime Gama.
Nos debates usaram da palavra, pelo PSD, os Deputados Carlos Costa Neves, Arlindo Cunha e Carlos Coelho.
Carlos Coelho:
"Preocupa-nos ver menos perspectivas de dossiers para fechar, de objectivos para atingir"
"Saiba Senhor Ministro que foi bem vista aqui a vontade de dialogar com o Parlamento Europeu. O que não é de estranhar se tivermos em linha de conta a vasta experiência do Governo português em dialogar. Olhamos para os objectivos da Presidência – que reconhecemos ambiciosos – e vemos diversas prioridades, bastante diálogo, e muitos dossiers para abrir ou acompanhar.
Preocupa-nos ver menos perspectivas de dossiers para fechar, de objectivos para atingir.
E desejamos sinceramente que a Presidência seja uma boa presidência: pela Europa, pelos cidadãos da Europa e pelos portugueses.
Pela Europa que desejamos ajudar a construir e a reforçar: onde todos se sintam representados e com que se sintam identificados. Uma Europa que não seja só de alguns ou onde os grandes sufoquem os pequenos. Para essa Europa, num momento em que se fizerem alterações aos Tratados, é também necessário – uma vez mais – que a presidência exercida por um pequeno país não tenha de ser – por essa razão – pior ou menos eficaz que a exercida pelos grandes países.
Pelos cidadãos europeus que querem uma Europa virada para os seus problemas e não apenas para as suas contas bancárias ou para as suas mercadorias. Dos cidadãos que querem uma Europa preocupada com a segurança, com o combate à Droga, com a repressão da criminalidade, com o controlo da imigração ilegal, e com a adopção de medidas no âmbito do Espaço de Liberdade, de Segurança e de Justiça.
Faço votos que, nas áreas que foram confiadas ao Comissário português António Vitorino, possa o Conselho dar passos concretos de acordo com o scoreboard decidido em Tampere.
E pelos portugueses que têm na memória o bom desempenho da Presidência do Conselho quando Portugal a exerceu pela primeira vez há exactamente 8 anos e que esperam que o governo socialista esteja à altura dessa herança de prestígio e de eficácia".