O Deputado do PSD José Silva Peneda, defendeu hoje, em Estrasburgo, que "os objectivos da estratégia de Lisboa, ambiciosos sem dúvida, dependem essencialmente de um pressuposto: vontade política de assumir um papel de liderança a nível mundial.
E também, acrescentou, de dominar a arte de gerir expectativas, isto é, saber conciliar as decisões do dia a dia com a explicação da necessidade de proceder a reformas estruturais que vão conduzir a uma melhor situação no futuro ".
Num debate no Plenário do Parlamento Europeu, sobre a preparação da reunião do Conselho Europeu da próxima semana, Silva Peneda recordou que "na década de 80, Jacques Delors deu ao projecto europeu um novo impulso, uma nova visão, quando propôs a realização de um Mercado Interno e de uma moeda única e que, em 2000, na Cimeira de Lisboa, a União Europeia voltou a lançar um desafio para a próxima década: tornar-se na economia mais dinâmica e competitiva do mundo".
Para Silva Peneda, no entanto, "às portas de entrar em 2005, já a meio do calendário, o balanço do que já foi realizado não é dos mais risonhos. Os progressos são escassos e as perspectivas de futuro pouco animadoras.
Dentro de dias, Wim Kok, Presidente do Grupo de Trabalho sobre a Estratégia de Lisboa, apresentará o seu relatório intercalar de avaliação, prato forte da ordem do dia da próxima Cimeira Europeia de Novembro ".
O Deputado social democrata chamou ainda a atenção para três pontos que considerou da maior relevância:
"O primeiro tem a ver com o facto de que quando uma estratégia toca em tudo, normalmente não toca em nada. Convém por isso estabelecer prioridades claras dentro da estratégia definida.
Não se trata, disse Silva Peneda, de privilegiar a vertente económica da estratégia em detrimento da sua área social ou ambiental. Trata-se, sim, de definir dentro de todas as suas vertentes, prioridades políticas. São escolhas difíceis mas inadiáveis.
O segundo ponto para enfatizar que a Estratégia de Lisboa não é apenas uma responsabilidade da União Europeia.
O sucesso vai depender, também e em larga medida, da capacidade e do empenho dos Estados Membros nas reformas estruturais que terão de empreender.
O terceiro ponto relaciona-se com a necessidade de se exibir a afirmação da vontade política de liderança. Com efeito, os objectivos da estratégia de Lisboa não são utópicos nem irrealizáveis ".
A este propósito Silva Peneda interrogou-se sobre "quem acreditaria na década de 80 que mais de 300 Milhões de europeus utilizariam hoje uma moeda única".
Por fim, o Deputado Silva Peneda congratulou-se com "a posição defendida pelo Presidente da próxima Comissão Europeia em assumir a Estratégia de Lisboa como uma prioridade para o seu mandato".