O Deputado social-democrata recordou que antes da renovação da linha Guarda-Salamanca, subsidiada com dinheiros comunitários, existiam 6 ligações diárias em cada sentido, em que as velocidades médias permitidas pela via rondavam os 40 km/h. Actualmente, existe apenas uma ligação por dia em cada sentido, ambas efectuadas a meio da noite.
Esta linha, numa extensão de 172 km foi, tanto do lado espanhol, como do português, objecto de uma renovação integral na década de 90, financiada na sua maior parte por fundos comunitários. A via renovada permite agora alcançar velocidades de 140 km/h e médias comerciais de cerca de 100km/h, se exceptuarmos a longa paragem na fronteira (22 minutos num sentido e 25 no outro).
Recorde-se que a Espanha está ligada por via ferroviária a Portugal através de 4 linhas: Viana do Castelo - Vigo (2 ligações diárias/ velocidade média de 41 Km/h), Castelo de Vide - Cáceres (1 ligação diária/ 32km/h), Elvas - Badajoz (1 ligação diária / 25km/h) e por fim Guarda - Salamanca.
Carlos Coelho perguntou à Comissão: " Será que os investimentos comunitários serviram o seu objectivo, tendo em conta que a via depois de renovada limitou significativamente a circulação de passageiros? Em que medida é que esta situação se coaduna com o artigo 170 do TFUE (relativo à criação de redes transeuropeias, que deverão contribuir para que os cidadãos da União possam beneficiar plenamente das vantagens decorrentes da criação de um espaço sem fronteiras internas)?" e questionou ainda sobre se "os elevados tempos de paragem nas fronteiras (sem razão técnica aparente) não colidem com o espírito subjacente ao nº 1 do Artigo 45 (relativo à livre circulação de trabalhadores) e ao nº 1 (a) (e) do Artigo 77 do TFUE (relativo à livre circulação de pessoas e ausência de quaisquer controlos na passagem das fronteiras internas)".