O Deputado do PSD, Carlos Coelho, propôs hoje, em Estrasburgo, que, "para lá dos bonitos discursos, a União Europeia tome decisões e viabilize recursos que correspondam ao empenhamento que dizemos ter neste combate essencial contra o crime organizado e pela dignidade das pessoas" e apresentou propostas que "pretendem reforçar o papel do Observatório Europeu situado em Lisboa e dotá-lo de meios financeiros essenciais ao seu trabalho. Do seu trabalho esperamos muito em termos de melhor conhecimento do fenómeno, de existência de dados e informações comparáveis, e sobretudo da monitorização, identificação e proposta de proibição de substâncias perigosas colocadas no mercado".
Para Carlos Coelho, que usou da palavra no debate que o Parlamento Europeu efectuou sobre o plano de acção da União Europeia em matéria de luta contra a droga, "a abordagem deste problema tem de ser orientada num triplo sentido: da redução da procura; do combate do tráfico de droga; do combate à toxicodependência".
O Deputado social democrata defendeu que "devem ser levadas a cabo campanhas de sensibilização do público para o problema da droga, ao mesmo tempo que deverá existir um fortalecimento das redes de prevenção. Na área do tratamento deverá ser dado apoio a programas de qualidade, dirigidos à comunidade em geral, aos meios escolares, incluindo os orientados para a população prisional, acompanhados de iniciativas destinadas a promover a redução de riscos: programas de trocas de seringas, assistência social e tratamento médico e psicológico e a reintegração de toxicodependentes na sociedade, incluindo programas de reinserção profissional".
No que diz respeito à redução da oferta, Carlos Coelho defende que "deve ser prosseguido e incrementado o apoio aos países produtores para que, nas suas prioridades, incluam a redução da oferta e programas de erradicação das culturas, de desmantelamento de laboratórios e de prevenção do tráfico. O combate ao tráfico de droga e ao branqueamento de capitais tem de ser levado a cabo como uma das grandes prioridades da acção interna e externa da União Europeia".
Acentuando que "a vontade política se mede pela eficácia das acções e pelos recursos públicos colocados ao serviço desta luta, Carlos Coelho afirmou que o Parlamento Europeu não tem moral para pedir aos Estados-Membros maior empenhamento e maior investimento no combate à droga se não der o exemplo".
Carlos Coelho afirmou ainda que "temos de lutar contra a droga 'sem compromissos' porque esta é um vício que enfraquece a vontade, que enreda o indivíduo numa dependência que o escraviza e o despersonaliza, que rompe laços e relações sociais, que gera delinquência e aumenta a insegurança e que alimenta redes criminosas de âmbito mundial que desafiam a lei e o poder dos Estados".
Carlos Coelho interveio no debate e apresentou propostas de alteração ao Relatório Giannokou-Koutsikou relativo ao Plano de Acção da União Europeia em matéria de luta contra a droga (2000-2004).