Os Chefes de Estado e de Governo reuniram, em Bruxelas, para discutir novamente a crise dos refugiados.
Carlos Coelho, em reacção às conclusões aprovadas, considerou que "o Conselho Europeu não trouxe nada de novo. Os chefes de Estado e de Governo sublinharam uma vez mais a cooperação com países de origem e trânsito, o reforço das fronteiras externas, uma eficaz política de retorno - que permita acolher quem realmente precisa - e o apoio aos Estados-Membros da linha da frente. Essencialmente medidas que o Parlamento Europeu há muito vem defendendo, em linha com as propostas já apresentadas pela Comissão Europeia."
O Deputado ao Parlamento Europeu deixou, contudo, alguns alertas: "o impulso político não é suficientemente forte no que respeita à disponibilização de meios financeiros, operacionais e humanos. Uma vez mais o Conselho não reage à realidade. E a realidade é a de que muitas medidas, como os hotspots e a relocação de refugiados, não estão ainda a funcionar ou fazem-no de forma deficiente." Mais ainda, acrescentou, "é totalmente desprovido de lógica proclamar medidas para o futuro, se as acordadas para o presente não funcionam. O impulso político devia ter sido para que às palavras correspondessem actos."
O Social-democrata deixa mais um alerta, "é essencial trabalhar sobre as nossas fronteiras externas. Mas esta não é uma crise de fronteiras, é uma crise de refugiados. Precisamos de gerir este fluxo de migrantes, o que não significa criar a uma "fortaleza Europa". Este não é o pretexto para mais sistemas. Quando muito a preocupação deverá ser sobre os existentes: será que a base de dados europeia para os pedidos de asilo (Eurodac) dará conta de tantos pedidos?"
Carlos Coelho manifestou ainda "espanto por não haver uma palavra sobre a manutenção de Schengen e o seu núcleo: ausência de controlos nas fronteiras internas."
Em suma, "o Conselho reconhece que a "crise de refugiados é uma obrigação comum", mas ainda lhe falta compreender o que significa "comum".