O Deputado do PSD, Jorge Moreira da Silva, protestou pelo facto de "a República Checa, contra a opinião da União Europeia, ter vindo a prosseguir com o projecto de implementação da Central Nuclear de Temelin, que entrará em pleno funcionamento ainda este ano", manifestando "fortíssimas dúvidas quanto à segurança nuclear desta central".
Jorge Moreira da Silva manifestou grande preocupação com esta central "em primeiro lugar, porque o seu projecto base, de 1983, assenta numa tecnologia obsoleta, oriunda da ex-União Soviética, a mesma que registou diversos acidentes, no Leste Europeu, nos últimos anos, e depois porque a suposta actualização tecnológica do projecto, desde 1983, foi realizada de forma episódica e desconexa, limitando-se a uma mistura de diferentes tecnologias, de diferentes fabricantes e de diferentes países, formando um todo pouco fiável".
Na sequência das fortes críticas que foram secundadas pela generalidade dos outros Deputados da delegação da União Europeia, o Deputado social democrata, membro da Comissão de Ambiente do Parlamento Europeu e que participou na reunião do Comité Inter-Parlamentar União Europeia - República Checa, que esta semana reuniu em Bruxelas, propôs formalmente "a realização de uma visita de uma delegação do Parlamento Europeu à Central Nuclear de Temelin, no início do próximo ano, para analisar e debater a segurança nuclear desta central". Não obstante a relutância da delegação Checa, a proposta foi aprovada, tendo sido agendada para o mês de Abril de 2000.
Jorge Moreira da Silva na sua intervenção, sublinhou que " a República Checa tem todo o direito de, tal como aconteceu com Portugal, participar no projecto político europeu e de aí encontrar novas possibilidades de paz, progresso e desenvolvimento económico e social para o seu povo", mas, no entanto, acrescentou que "este alargamento não produz apenas vantagens para os seus candidatos" e defendeu o alargamento enquanto "impulso regenerador para o 'velho' continente".