O Parlamento Europeu debate hoje a decisão de prolongar até 2 anos os controlos nas fronteiras entre Estados-Membros, bem como a isenção de visto à Turquia.
Carlos Coelho considera que a proposta da Comissão de prolongar os controlos nas fronteiras da Alemanha, Áustria, Dinamarca, Suécia e Noruega até dois anos é previsível mas "não deve servir para justificar as irracionalidades e os egoísmos nacionais que temos visto". No entanto, alerta que tem "dúvidas sobre se o código de fronteiras Schengen estará a ser respeitado, mas estou certo que - neste momento - já não temos alternativa. Este é o sintoma de um mal maior. Temos que atacar a doença: temos de resolver os problemas de longo prazo enquanto respondemos ao de curto prazo".
Relativamente ao processo de liberalização de vistos com a Turquia, o Deputado ao Parlamento Europeu considera que "somos confrontados com as contrapartidas deste acordo. Aqui o Parlamento tem uma palavra decisiva: não haverá isenção de vistos, se não forem cumpridos todos os requisitos - como qualquer outro país terceiro. Mas esse não é o problema essencial". Carlos Coelho reitera que "este acordo pode até reduzir o número de pessoas que chegam às nossas fronteiras, mas permanece um acordo contrário aos nossos valores", e sublinha "não somos reféns da Turquia. Hoje parecemos reféns do nosso próprio desnorte, mas há sempre uma boa alternativa: actuarmos em conjunto enfrentando este problema com a dimensão europeia que tem".