O Deputado do PSD José Silva Peneda defendeu hoje, em Estrasburgo, que "diminuir meios financeiros na política de coesão significa dar uma machadada muito forte no espírito europeu. Ganham os egoísmos e perde a solidariedade. E, sem solidariedade, não pode haver um sentimento de pertença, essência da identidade europeia".
Silva Peneda, que participou no debate em Plenário sobre as Perspectivas Financeiras 2007-2013, recordou que "a União Europeia assume-se como uma identidade baseada no sentimento de pertença. Um sentimento de pertença que resulta de uma vontade livremente assumida por vários que, sendo diferentes, têm em comum um desejo de partilha.
A política de coesão, acrescentou, tem sido o instrumento mais forte e que, com grande sucesso, tem vindo a contribuir para o reforço desse sentimento de pertença.
É por isso que o enfraquecimento da política de coesão contribui, não apenas para o surgimento de dificuldades financeiras, ou para o adiamento de projectos em algumas das regiões da Europa. É muito pior. A ir por esse caminho o sentimento de pertença da União ficará esbatido, será mais ténue e poderá ficar danificado de forma irreversível ".
O Deputado social democrata defendeu que " faz todo o sentido discutir um elemento que, sendo recente, deve ajudar a formatar uma nova política de coesão adaptada a uma nova realidade. Esse elemento novo tem a ver com a necessidade de serem avaliados os impactos nas diferentes parcelas do território europeu do fenómeno da invasão de produtos asiáticos.
Nos últimos meses quando se discutem as Perspectivas Financeiras não se faz outra coisa senão tentar descobrir, quase linha a linha orçamental, quem é e quem não é contribuinte líquido. É um tipo de negociação humilhante para todos os que nela participam.
A razão maior porque tal acontece é porque o actual modelo de financiamento da União Europeia esgotou ".
É por esta razão que Silva Peneda reservou as últimas palavras da sua intervenção para o Conselho Europeu: "É inadiável a reforma do financiamento da União Europeia. Não querer ver esta evidência é miopia política".