Arlindo Cunha considera alargamento um marco histórico

O Deputado do PSD Arlindo Cunha considerou, em Estrasburgo, que "o alargamento da União Europeia (UE) a 12 países da Europa Central e Oriental (PECO), já a partir de 2004, constitui um marco histórico na construção da União Europeia (UE)".

Num debate, no Parlamento Europeu, sobre o alargamento, Arlindo Cunha apontou várias razões para fundamentar a sua afirmação:

"Primeiro, porque tem a  simbologia da reconciliação de duas partes do mesmo continente que um certo sectarismo ideológico e político conseguiram dividir, até há pouco mais de uma década.

Segundo, porque este é o maior alargamento da história da UE, com a quase duplicação do número de Estados Membros, um aumento de 34% do seu território e de 30% da sua população.

Terceiro, porque abrange países que até há pouco tempo viviam uma lógica de economia estatal, que estão a passar por uma dolorosa, mas necessária, fase de reestruturação das suas economias e com um nível médio de rendimento per capita de 38% da média da União Europeia.

Quarto, porque os novos PECO têm um sector agrícola ainda muito grande comparativamente à UE a 15, representando o alargamento a duplicação do número de agricultores".

Neste contexto, Arlindo Cunha sublinhou que "é necessário concentrar apoios nestes países, por forma a dar-lhes meios para que o seu processo de recuperação económica e social possa ser mais rápido.  Haverá, porém, acrescentou, que ter a consciência, que há algumas regiões da actual UE a 15 que são mais pobres que algumas de alguns dos futuros Estados Membros.  Daí que a UE não possa abandonar a política de coesão ecnómica e social nessas regiões.  Porque, de facto, não é por entrarem na UE regiões e países mais pobres do que nós, que ficaremos ricos por esse simples facto".

Arlindo Cunha defendeu ainda que  "a duplicação do número de agricultores vai exigir uma enorme simplificação da Política Agrícola Comum (PAC), implicando, além disso, uma redução dos apoios à agricultura para todos, na sequência dos novos limites de financiamento da PAC estabelecidos pelo Conselho Europeu de Bruxelas de 25 de Outubro último.  É por isso que penso que a UE deverá levar a sério a proposta de reforma intercalar da PAC que, com as devidas adaptações, poderá facilitar o alargamento, tornando-o menos penoso para todos os agricultores no futuro - não só para os da actual UE a 15 como também para os dos futuros Estados Membros".