No dia em que fecho esta edição da Carta da Europa (30.Maio) desconheço o que vai suceder no referendo de dia 23 de Junho no Reino Unido.
Creio que o BREXIT vai perder e que a maioria dos eleitores britânicos preferem continuar na União.
Mas, se for outro o resultado, é importante que se recorde que o Tratado de Lisboa prevê expressamente a possibilidade de um Estado-Membro sair da UE. Não há pois nenhuma calamidade institucional, trata-se do exercício de um direito.
E ao contrário da tese das peças de dominó (saídas que provocam outras saídas), creio que a saída e as suas consequências tornarão mais evidentes as vantagens de se estar dentro e reforçarão o sentimento de pertença à UE.
Motivo de preocupação são as cedências que o Conselho fez ao Senhor Cameron. A Europa em que acredito implica Coesão e Solidariedade. Por isso, rejeito uma construção de crescente geometria variável em que os Estados-Membros decidem em cada caso qual a Europa lhes é mais conveniente. E não aceito cidadãos europeus de primeira e de segunda. Receio muito que as cedências a Cameron criem precedentes que enfraqueçam a União.