O Deputado do PSD Carlos Coelho, dirigindo-se ao Presidente indigitado da Comissão Europeia, no Plenário do Parlamento Europeu, afirmou que um sucesso para Durão Barroso hoje na votação do Parlamento, "será um sucesso para a Europa. E nós precisamos e desejamos muito sucesso para a Europa que somos".
Recordando a metáfora do avião evocada pelo Presidente do Grupo Liberal do PE, Graham Watson, Carlos Coelho sublinhou que quando "olhamos para o cockpit não queremos encontrar um piloto ausente ou confundido, enfranquecido e atordoado. Olhamos para si e ouvimo-lo a pedir a investidura neste parlamento e temos confiança na firmeza e na orientação desse piloto".
Carlos Coelho defendeu que o PE precisa de um interlocutor como Durão Barroso que "quer uma Comissão forte e independente.
Quer uma Europa solidária. Os que, como nós, subscrevem o projecto europeu sabem que isso é uma condição indispensável. Não há futuro no projecto europeu sem reforçar a identidade de um projecto comum, sem sublinhar o sentido de pertença e sem uma clara e eficaz política de coesão económica e social.
Quer uma Europa que seja mais do que o mercado interno, que seja a Europa dos cidadãos. É também essa Europa que queremos ajudar a construir. Uma Europa que não se esgote na sua dimensão económica, uma Europa dos cidadãos, uma Europa das pessoas.
Fomos sensíveis ao que disse no seu discurso sobre o desemprego, sobre a criação de emprego, sobre o combate às desigualdades e a questão da segurança , acrescentou o Deputado social democrata".
Carlos Coelho deu testemunho da "cultura humanista e do apego aos valores do Estado de Direito" de Durão Barroso e afirmou ser útil sublinhá-lo. " Vivemos tempos de incerteza em que se reclama e bem mais segurança. Mas haverá que evitar exageros ou delírios securitários. Queremos mais segurança mas não aceitamos que isso sufoque a liberdade. Quando a segurança deixa de ser o instrumento de defesa e preservação das nossas liberdades converte-se em tirania.
Na implementação do SIS-2 (a segunda geração do Sistema de Informações de Schengen), no controlo das fronteiras e nas áreas do asilo e da emigração, mas também na cooperação judiciária e policial muito há ainda a fazer a despeito dos grandes progressos que se verificaram nos últimos 5 anos, na criação de um Espaço de Liberdade, Segurança e Justiça ".
Carlos Coelho gostou de ouvir Durão Barroso "reclamar uma cumplicidade positiva" com o Parlamento Europeu e afirmou que " na História da comunidade houve progressos quando essa cumplicidade se verificou de forma mais nítida".
Independentemente da análise sobre os méritos do Governo de Durão Barroso em Portugal, Carlos Coelho sublinhou que Durão Barroso "foi o Primeiro Ministro da História da Democracia portuguesa que mais presença marcou nos debates parlamentares. Gostaria de lhe pedir que fosse igualmente o Presidente da Comissão na história das nossas instituições que mais perto esteja do Parlamento Europeu, da casa da democracia europeia".
Referindo-se às últimas eleições, Carlos Coelho defendeu que "a abstenção crescente é sintoma de um afastamento, que temos de combater, entre a generalidade dos cidadãos e o projecto europeu. Há aí também muito a fazer e esforços a coordenar entre a Comissão e o Parlamento".
Para Carlos Coelho, "é necessário e urgente mudar na comunicação, na informação e na pedagogia. Gostei ontem de o ouvir dizer, acrescentou, que o nosso Portugal pode ser geograficamente periférico mas que tem o coração na Europa. Pois bem, haverá que levar a Europa e este projecto comum ao coração dos cidadãos. Por nós estamos dispostos ao trabalho e à cooperação com a Comissão a que espero presidirá".