O Deputado do PSD Jorge Moreira da Silva considerou "decepcionante" o resultado da reunião preparatória da Conferência de Joanesburgo, recentemente realizada em Bali. "O facto de as nações se terem revelado incapazes de ultrapassar o egoísmo das suas posições unilaterais, acrescentou Moreira da Silva, leva-nos a encarar com muita preocupação o resultado da Cimeira de Joanesburgo".
O Deputado social democrata, que é Relator do Parlamento Europeu para as Alterações Climáticas, sustentou que, "face à degradação do meio ambiente e das condições sociais a que que temos vindo a assistir, a Cimeira de Joanesburgo é decisiva para o desenho de um planeta mais harmonioso. Um fracasso é algo que, mais do que inaceitável, seria mesmo revoltante.
Infelizmente, nesta caminhada para Joanesburgo, existem muitos países que estão com uma atitude de bloqueio, outros estão com uma atitute passiva e, não errarei muito se disser que, objectivamente, só a União Europeia parte para Joanesburgo com a vontade de construir um compromisso mundial ambicioso em torno do desenvolvimento sustentável".
Para Jorge Moreira da Silva, "neste cenário, e porque não podemos perder uma oportunidade que já não surgia há dez anos e que, dificilmente surgirá nos próximos, à União Europeia compete-lhe liderar. Foi assim com o Protocolo de Quioto. Terá de ser assim com a Cimeira de Joanesburgo".
Jorge Moreira da Silva defende "uma liderança que aponte para a definição de políticas, calendários e metas em domínios como a biodiversidade, o 'greening' da economia, o comércio internacional, o financiamento aos países em vias de desenvolvimento, a Energia e a Água.
Mas essa liderança não pode ser baseada num desequilibrio institucional. Com a Comissão e o Conselho dum lado e o Parlamento do outro lado".
Para Jorge Moreira da Silva, "temos de aprender com os erros mas também com os êxitos do passado. Recorde-se que o papel das delegações do Parlamento Europeu às conferências de Haia, de Bona e de Marraquexe, foram decisívas para a estratégia europeia de resgate do Protocolo de Quioto".
Assim, tendo em vista a afirmação da liderança europeia em Joanesburgo, Moreira da Silva considera fundamental "que o Conselho e a Comissão venham a aceitar o reforço dos poderes da delegação do Parlamento Europeu, nomeadamente através da participação nas reuniões de coordenação da União Europeia".