Lutar contra os touradas não pode significar dificultar a vida dos agricultores

 

 

Votei contra a emenda Indrek Tarand porque ela resulta de um equívoco:

 

1.  Se o Orçamento comunitário tivesse alguma provisão para financiar as touradas, faria sentido votar contra.  Não cabe à União Europeia intervir nestas questões.  Elas recaem exclusivamente na jurisdição nacional.

 

2.  A verdade é que o Orçamento comunitário, e em concreto a PAC (Política Agrícola Comum) não financia nem as touradas nem os touros de lide.

 

3.  Os apoios da PAC, desde há vários anos, traduzem-se em ajudas directas aos agricultores que, nas suas terras, têm autonomia para em função das condições objectivas (solo, clima, água, dimensão, etc.) e do mercado, desenvolverem as actividades agrícolas mais adequadas e isso inclui a produção animal e o gado bovino.

 

4.  A aprovação desta proposta, sendo exequível, teria a consequência de incentivar a extinção de uma raça de bovinos, o que não parece ser o objectivo de quem elege como sua preocupação o bem-estar animal.

 

5.  A utilidade desta proposta parece incidir na sensibilização do Parlamento Europeu na luta contra as touradas mas o expediente usado não é o adequado e viola o princípio da subsidiariedade uma vez que não se trata de competência comunitária.