Para Jorge Moreira da Silva, "a harmonização da tarifação da água, tal como define a Directiva Quadro da Água aprovada há cerca de um ano, é fundamental para assegurar a recuperação de todos os custos relacionados com a água e, por essa via, para promover uma utilização racional dos recursos hídricos. Assim, o preço da água passará a incluir não apenas todos os custos relacionados com a sua captação e abastecimento, mas também os custos ambientais (como os resultantes da escassez e da poluição)".
O Parlamento Europeu aprovou hoje a comunicação da Comissão Europeia sobre a tarificação como modo de reforçar a utilização sustentável dos recursos hídricos. Jorge Moreira da Silva considerou que "esta iniciativa da Comissão Europeia vem reforçar as dúvidas que tem manifestado relativamente à sustentabilidade económica do enchimento da barragem de Alqueva à sua cota máxima.
Recorde-se, acrescentou, que, apesar do protesto das ONG´s portuguesas e de mim próprio, o Governo português tem insistido na abordagem maximalista do projecto de Alqueva, preparando um enchimento até à cota 152m.
Esta Comunicação da Comissão Europeia, sobre a tarifação sustentável da água, vem demonstrar que o enchimento faseado até à cota 139m, como venho propondo, não só permitiria salvar mais de 600 000 árvores, assim como habitats de grande importância, como ainda seria economicamente mais sustentável".
Para Moreira da Silva, "uma vez que o Governo definiu a cota de enchimento sem ter em consideração a nova Directiva Quadro da Água e a harmonização da tarifação aí definida, arriscamo-nos a desmatar até à cota 152m e depois, devido ao preço da água, constatarmos que o enchimento até à cota 139m seria suficiente para as necessidades agrícolas".