Prestige: Arlindo Cunha defende plano de emergência para as pescas e aquacultura

O Deputado do PSD Arlindo Cunha defendeu, em Estrasburgo que, apesar de os efeitos da tragédia se reflectirem em multiplos sectores da economia, "não há dúvidas de que o sector mais afectado directamente é o das pescas e da aquacultura".

Num debate no Parlamento Europeu sobre o caso do petroleiro Prestige, Arlindo Cunha sublinhou ser  "fundamental que, no quadro dos apoios que vão ser mobilizados para minimizar os efeitos da catástrofe, se pense na necessidade de um plano de emergência específico para estes sectores.  Não me parece que os 117,7 milhões de euros anunciados pelo Comissário Fischler para Espanha e os 15 milhões para Portugal resolvam os problemas. Não só pelo seu montante global, que é muito pequeno face à dimensão económica dos interesses afectados, como também, em relação a Portugal, deve deixar em aberto a possibilidade de reforço se a situação se agravar na sua costa.  Por outro lado, acrescentou, haverá que ter consciência de que a suspensão prolongada da actividade a milhares de pescadores poderá implicar outro tipo de soluções que não apenas a mera compensação financeira".

Arlindo Cunha, que começou por expressar "a mais profunda solidariedade política aos nossos vizinhos e amigos da Galiza pelo sofrimento que esta tragédia lhes está a causar agora e no próximo futuro, muito especialmente no sector da pesca e da aquacultura, defendeu que a União Europeia e os seus Estados Membros não deverão, pois, regatear esforços para minimizar a dimensão dos efeitos da catástrofe e compensar na medida do possível os prejuízos e as principais vítimas".

Para o Deputado social democrata, "a catástrofe do petroleiro 'Prestige'  deve constituir ocasião para algumas reflexões fundamentais.

A primeira é que tem que ser objecto de um rigoroso inquérito. Não apenas sobre as regras de segurança da UE neste tipo de transportes e do seu respeito, como também sobre a razão de ser do trajecto do navio que, depois de se ter afastado para oeste, inflectiu para sul, tendo-se afundado a apenas 30 milhas das águas territoriais portuguesas.

A segunda é que é necessário ter a consciência de que este desastre pode vir a afectar gravemente a costa norte de Portugal, agora ou mais tarde sendo necessário também que a UE ajude o Governo português na mobilização de meios de vigilância. O sector das pescas já começou, aliás, a ser afectado".