Fazer Europa

31 de Março, 2002

A Cimeira de Barcelona não foi muito diferente de outras Cimeiras europeias. Muitos equilíbrios, muitas discussões, muitas fotografias, algumas decisões.

O próprio Presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi, à saída da Cimeira declarou que "dadas as circunstâncias, isto era o que se podia conseguir...".

No conjunto das decisões tomadas — verdadeiramente importantes está o projecto GALILEU.

Envolvendo um orçamento global na ordem dos 3.200 milhões de Euros e a criação de mais de 100.000 postos de trabalho, o projecto prevê que, até 2008 estejam operacionais 30 satélites a cerca de 24.000 kms da terra.

Para além da sua utilização civil e da sua dimensão tecnológica há a possibilidade da utilização militar e uma verdadeira questão estratégica: a questão da autonomia e da vontade comum europeias.

Os Estados Unidos fizeram uma grande pressão contra a iniciativa europeia tentando afirmar o monopólio do seu sistema GPS.

Independentemente das vantagens económicas, tecnológicas ou estratégicas, colocou-se ao Conselho Europeu uma questão política nuclear: Fazer ou não a Europa com vontade própria e sem tutelas.

Em Barcelona, neste processo, fez-se Europa.