O Tratado de Lisboa não morreu !
1. POUCOS DECIDEM POR MUITOS
Algumas opiniões têm
sublinhado que o voto da Irlanda é injusto porque poucos decidem por muitos (uma
diferença de 100.000 votos — 800.000 para 700.000 — decidem por 500 milhões).
Aritmeticamente é verdade
mas são as regras. Todos os Estados-Membros têm de concordar
para que o Tratado entre em vigor e cada Estado-Membro é soberano para decidir
como o fazer: se por decisão parlamentar, se por processo referendário.
Se no que se refere aos
Tratados a exigência da unanimidade é compreendida, é indiscutível que existe um excessivo leque de matérias em
que manter a unanimidade conduz à situação de uns poucos poderem impedir a
expressão da vontade de muitos.
Exactamente por isso, um dos objectivos do Tratado de Lisboa é reduzir significativamente o
número de casos em que a unanimidade é requerida.
2. NÃO SEI O QUE VOTO
Preocupante é a razão que levou os eleitores irlandeses a recusar o
Tratado. Segundo todas as
sondagens publicadas pelo Irish Times durante a campanha e após o
resultado, quando perguntados porque votaram dessa maneira, os eleitores do
"Não"
responderam sobretudo "Não sei do que trata, na dúvida votei NÃO".
Temos de reconhecer que algo vai mal nas políticas de comunicação
e informação. O Grupo Europeu
do PSD foi o único Grupo português a publicar uma Brochura com 33 Perguntas e Respostas
(que também está online na Internet em www.psdeuropa.org/tratadolisboa) e um Jornal Pedagógico
distribuído abundantemente em todo o País.
Diversas escolas e
associações pediram ao PSD o envio destas publicações porque nenhuma instituição pública fez o que nós
fizemos. Se o nível de
informação na Irlanda foi idêntico ao de Portugal, percebemos melhor um resultado mais ditado pelo
desconhecimento do que pela recusa do que se propôs.
3. OUVIR TODOS
Não têm razão os que sustentam que os resultados do
Referendo na Irlanda deve paralisar de imediato os procedimentos de ratificação.
Neste processo, todos devem expressar-se. Nenhum Estado-Membro deve ser
silenciado. Ouvimos com respeito a
decisão da Irlanda que resultou do Referendo.
Ouvimos já a vontade de 18 Estados-Membros que ratificaram o
Tratado. Devemos agora ouvir, com igual respeito, os 8 que ainda
não se pronunciaram.
4. TUDO ESTÁ AINDA EM ABERTO
Antes de se ouvir os 8
Estados-Membros que ainda não tomaram qualquer decisão, ninguém pode antecipar
o que vai acontecer. Pode suceder que os
8 digam NÃO ao
Tratado. Pode suceder que se dividam. E pode acontecer que todos digam SIM e o
ratifiquem.
Se esta última situação se
verificar, é razoável que se confronte a Irlanda com o facto de 26
Estados-Membros desejarem o Tratado e apenas um o recusar. Não se trata de pedir para dar o dito por não dito. Isso seria um exercício de hipocrisia
desmerecedora da nossa Democracia. Mas
pode e deve pedir-se à Irlanda para identificar os artigos com que não concorda
e negociar cláusulas de
opt-out (cláusulas de não-aplicação) — como aliás o fizeram o Reino
Unido e a Polónia, por exemplo — ou protocolos adicionais que garantam uma
interpretação das normas aprovadas que não conflitue com aspectos que os
eleitores irlandeses reputam de essenciais.
Esta pode ser uma saída sem
que tenhamos de "enterrar" o Tratado de Lisboa e
reabrir o processo, desperdiçando
mais 7 anos em querelas institucionais em vez de
nos concentrarmos nas questões que verdadeiramente preocupam os cidadãos
europeus: Crescimento económico, criação de emprego, dependência energética,
defesa do consumidor, saúde pública, segurança e justiça, mudanças climáticas,
entre muitas outras.
- 30 de Abril, 2019 - Carlos Coelho lança plataforma Nossa Europa
- 11 de Março, 2019 - A Universidade Europa foi um sucesso
- 11 de Março, 2019 - Uma Nova Iniciativa de Cidadania Europeia
- 21 de Fevereiro, 2019 - Não há acordo para o Brexit a um mês da data-limite
- 30 de Janeiro, 2019 - Carlos Coelho quer resposta firme da UE e de Portugal contra indecisão britânica
- 2 de Janeiro, 2019 - Carlos Coelho pouco optimista sobre a presidência romena e crítico da austríaca
- 26 de Novembro, 2018 - Carlos Coelho defende papel do Parlamento Europeu no Brexit
- 13 de Novembro, 2018 - Carlos Coelho reage ao discurso de Angela Merkel sobre o futuro da União
- 12 de Setembro, 2018 - Carlos Coelho acusa governo húngaro e aprova relatório que propõe activar cláusula de suspensão
- 2 de Julho, 2018 - Carlos Coelho diz que Presidência Austríaca tem de ser melhor do que a Búlgara
- 1 de Maio, 2019 - Transformar a União numa Europa dos Cidadãos
- 25 de Novembro, 2018 - Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia
- 25 de Novembro, 2018 - Declaração Política sobre o futuro das relações União Europeia – Reino Unido depois do Brexit
- 14 de Novembro, 2018 - Acordo da União Europeia e Reino Unido para o Brexit
- 6 de Novembro, 2018 - NACIONALISMOS
- 28 de Fevereiro, 2018 - Projeto de Acordo de Saída entre a União Europeia e o Reino Unido
- 26 de Fevereiro, 2018 - Apresentação do "Europa de A a Z: Dicionário de Termos Europeus"
- 26 de Fevereiro, 2018 - Lançamento do Europa de A a Z - Dicionário de termos europeus
- 26 de Fevereiro, 2018 - Lançamento do Europa de A a Z - Dicionário de termos europeus
- 26 de Fevereiro, 2018 - Lançamento do Europa de A a Z - Dicionário de termos europeus
- 10 de Abril, 2019 - Carlos Coelho participa na campanha #DestaVezEuVoto
- 1 de Março, 2019 - Carlos Coelho sobre informação e pedagogia europeia
- 22 de Fevereiro, 2019 - Carlos Coelho destaca desafios das eleições europeias e apela à participação dos cidadãos europeus
- 1 de Fevereiro, 2019 - Carlos Coelho responde a António Costa sobre o papel dos partidos políticos na liderança da integração europeia de Portugal
- 14 de Novembro, 2018 - Carlos Coelho alerta para os riscos de manipulação das eleições europeias de 2019
- 9 de Maio, 2018 - Carlos Coelho assinala o Dia da Europa
- 3 de Março, 2018 - "Os Europeus" na apresentação do "Europa de A a Z: Dicionário de Termos Europeus"
- 26 de Fevereiro, 2018 - Carlos Coelho apresenta "Europa de A a Z" na RTP
- 9 de Maio, 2017 - Carlos Coelho assinala o Dia da Europa