Se o ridículo matasse…

30 de Janeiro, 1999
No passado dia 14 de Janeiro, por 61 votos, não caiu a Comissão Europeia.

Tudo começou quando o Partido Socialista apresentou uma Moção de Censura com o pretexto de dar a confiança à Comissão.

Se o ridículo matasse não haveria socialistas hoje no Parlamento Europeu.

Por melhores intenções que tivessem, e por mais sinceros que fossem no seu propósito de reforçar a Comissão Europeia reiterando-lhe a confiança, é evidente que a Moção de Censura é o meio mais absurdo de fazê-lo.

Para lá do ridículo, havia o risco. Sabe-se como estes processos começam mas raramente se sabe como acabam. O processo iniciado pelo PS poderia ter levado, de facto, à queda da Comissão Europeia.

No mesmo instante em que, no Canal 1 da RTP Barros Moura, pomposo e solene, afirmava ser mau para Portugal a queda da Comissão Europeia e a instabilidade daí decorrente, estava pendente ainda a Moção de Censura socialista de que ele era um dos subscritores.

Já sabíamos que, no mundo rosa, nada se decide porque tudo se dialoga. Já sabíamos que nem tudo o que dizem é para levar a sério.

Ficámos agora a saber que até o que escrevem e propõem é para entender ao contrário.

Notáveis socialistas estes que temos na Europa !