4. Que vantagens para a UE?

As vantagens da adesão da Turquia para a UE são várias e de diferentes ordens: culturais, económicas, geo-estratégicas, políticas e de segurança.

Geograficamente a Turquia encontra-se entre a Europa e a Ásia, tendo ainda fronteiras comuns com o Médio Oriente. Beneficia por isso de uma localização geo-estratégica de primeira ordem. A gestão dos recursos naturais (gás e petróleo) na UE assume uma importância fundamental com a entrada da Turquia para o clube europeu. O território turco é de facto o ponto de passagem obrigatório de vários recursos naturais entre os vários continentes.

A nível demográfico, a Turquia apresenta um crescimento da sua população, mais jovem e dinâmica. Com o défice demográfico actual da UE dos 25, estima-se que em 2015 a UE contará com cerca de 600 milhões de cidadãos europeus, dos quais 80 milhões de turcos. Assim sendo, a Turquia poderia dar um contributo positivo para a UE na sua luta contra as consequências dos seus problemas demográficos.

Economicamente , a adesão da Turquia trará inevitavelmente consequências positivas. Cerca de 50 % das importações da Turquia já têm origem na UE e cerca de 50% das exportações turcas destinam-se ao mercado comunitário. Além de um novo mercado de 70 milhões de consumidores, a Turquia também tem laços económicos especiais com o Médio Oriente, a Ásia Central, o Cáucaso, os Balcãs e a Rússia, sem falar dos Estados árabes. Acresce ainda que todos os estudos internacionais reconhecem que a Turquia tem um potencial de crescimento de 5% a 6% por ano.

Para além das vantagens económicas, existem variadíssimos motivos de ordem política para apoiar a adesão da Turquia. A própria Grécia, rival histórico, é claramente a favor da sua entrada por considerar que o conflito existente sobre a situação de Chipre Norte pode assim ser resolvido.

 


Ao permitir a adesão da Turquia, a UE dá assim um sinal claro de apoiar o processo democrático num estado muçulmano, fortalecendo a sua credibilidade internacional. A UE será mais segura ao integrar uma Turquia laica e democrática dentro dos seus membros do que ao barrar a sua entrada e fechar-se dentro das suas próprias fronteiras. Para ser uma potência global, a UE deve aceitar o multilateralismo e ter ligações estratégicas com os seus vizinhos.

Motivos de ordem militar também dão um sinal positivo para a UE. A Turquia dispõe do segundo maior exército da NATO e primeiro quando comparado com os actuais 25 Estados Membros. Esta característica torna-se ainda mais pertinente numa altura em que a UE desenvolve a sua Política Externa de Segurança e de Defesa.