A Turquia e a UE
5. Que vantagens para a Turquia?
A Turquia está a mudar e essencialmente por causa da União Europeia. Mais uma vez, a adesão à UE serve de motor para alcançar o progresso económico e social. Ao realizar reformas profundas, a Turquia manifestou de forma inequívoca a sua determinação em pertencer à UE. As autoridades turcas reconhecem que independentemente da sua adesão, o cumprimento dos critérios de Copenhaga foram benéficos para o país.
As vantagens da sua adesão para a Turquia são várias e de diferentes ordens: culturais, económicas e políticas.
Muitas das reformas radicais realizadas nestes últimos anos fundamentaram-se na perspectiva de adesão à UE. O Partido islâmico moderado (AKP) travou uma luta sem precedentes contra os movimentos islâmicos extremistas e nacionalistas para realizar reformas profundas. Ao integrar a Turquia dentro do seu clube, a UE dará um sinal forte que não existem tensões entre a Europa e o Islão, entre o Ocidente e Oriente. Assim, a UE ajudará a Turquia no seu combate contra os extremismos religiosos, que poderá servir de modelo para o mundo muçulmano. Seria a prova que o Islão não é incompatível com os valores ocidentais de liberdade, o respeito da lei, a democracia e os direitos do Homem.
Precisamente, ao acompanhar os progressos realizados pela Turquia, os Relatórios da Comissão Europeia consideraram que houve melhorias significativas nas liberdades públicas, nos direitos do Homem e no controlo do exército pelo poder civil, assinalando assim uma convergência com as normas europeias. Os problemas que ainda permanecem poderão ser resolvidos durante o processo de negociação da adesão.
Se a influência da UE foi determinante na última década, o impacto da adesão da Turquia terá uma maior mais-valia em termos económicos.
Actualmente, a Turquia tem um PIB/capita de 6.256 euros. Para perceber melhor, se a média da UE dos 25 fosse equivalente a 100, a Turquia ficaria pelos 27% ! Numa comparação grosseira, se uma família na média europeia tem um rendimento mensal de 1.000 euros, uma família equivalente sobrevive na Turquia com 270 euros/mês.
Acresce ainda que os critérios de Maastricht para a adopção da moeda única estão longe de serem respeitados. Com efeito, o défice público situa-se em 8.8% (limite dos 3% para a UE) e a dívida pública em 87.4% (limite de 60% para a UE). De destacar ainda alguns critérios: o desemprego em 11%, a taxa de inflação nos 18% e um salário mínimo de 240 euros.
Apesar de apresentar uma situação económica ainda precária, convém referir que a Turquia já dispõe de melhores condições que a Bulgária e a Roménia, países candidatos com data de entrada marcada para 2007.