Assinalando o encerramento da Semana da Europa na Escola Profissional Amar Terra Verde, o eurodeputado José Manuel Fernandes participou num workshop com centenas de jovens dando conta da nova realidade europeia e da situação de Portugal, perante o cada vez mais exigente e curto mercado de trabalho face ao impacto das alterações climáticas.
José Manuel Fernandes desafiou os alunos a prepararem-se para as novas oportunidades que se abrem no mercado de trabalho, face à obrigatória necessidade da economia portuguesa e mundial se desenvolverem de acordo com as estratégias de adaptação e luta contra as alterações climáticas.
“As políticas para a transição para uma economia com baixas emissões de carbono vão mudar radicalmente a estrutura do emprego na Europa”, afirmou José Manuel Fernandes, na sessão que decorreu em Vila Verde, na sede do estabelecimento de ensino profissional que alberga ainda os concelhos de Amares e Terras de Bouro.
Além de ter explicado o funcionamento das instituições da UE, com destaque para o Parlamento Europeu, José Manuel Fernandes deixou os números negros da actual realidade do mercado de trabalho, que revela a má situação de Portugal no contexto europeu, com a agravante de serem os jovens a sofrerem maiores dificuldades para aceder ao primeiro emprego.
Segundo dados do primeiro trimestre deste ano, o desemprego jovem em Portugal atinge os 21,4%, ou seja, mais do dobro do desemprego geral. No contexto europeu, Portugal fica claramente atrás da média europeia, uma situação que se estende ao nível da formação e da escolaridade. Salienta-se que apenas 28,2% dos portugueses com 25 a 64 anos de idade terminou o ensino secundário, quando na UE essa média é de 71,5%. No que toca a jovens com formação superior, a UE tem uma média de 78,5%, contra os 54,3% de Portugal.
O eurodeputado – que integra as comissões dos Orçamentos e também do Ambiente – explanou ainda a situação da Europa face à problemática das alterações climáticas, dando conta do objectivo da UE em manter o aumento médio das temperaturas mundiais abaixo de 2ºC em relação aos níveis da era pré-industrial.
Perante a necessidade de redução das emissões de CO2 e as estratégias de promoção e valorização ambiental, José Manuel Fernandes destaca que se abrem novas oportunidades, que os jovens devem saber e poder aproveitar, porque é suposto que sejam as pessoas melhor preparadas e abertas às mudanças.
Num desafio que se estende às escolas para que possam adaptar-se a novas oportunidades e novas exigências do desenvolvimento global e da sociedade, o eurodeputado explicou que “os esforços da UE para uma economia competitiva e com baixas emissões de carbono vão aumentar significativamente o mercado de trabalho”.
José Manuel Fernandes não tem dúvidas que “as alterações climáticas e as medidas tomadas a esse respeito vão ter um impacto significativo sobre a procura das futuras qualificações”.
Nesse enquadramento, “as novas competências exigidas pela economia de baixas emissões de carbono devem levar a uma atitude pró-activa por parte das entidades formadoras, quer para permitir novas qualificações para os futuros trabalhadores, quer para requalificar as competências dos actuais trabalhadores nomeadamente os menos qualificados”.
Desta forma – entende José Manuel Fernandes –, “facilita-se a transição para novos empregos e reduz-se o aparecimento de carências e escassez de competências”.
“Esta discussão deve ser lançada no clima de verdadeiro diálogo social o que facilitará a transição para uma economia com baixas emissões de carbono”, recomendou o eurodeputado minhoto.
Perante centenas de alunos que lotaram o auditório da EPATV, José Manuel Fernandes deu ainda conta de vários programas europeus de apoio à juventude, com destaque para o Euros First Job – nome adoptado para o programa Erasmus 1º Emprego cuja concretização foi assegurada pela intervenção directa de José Manuel Fernandes.