O negociador da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier, e o Secretário britânico para o Brexit, Dominic Raab, reuniram-se em Bruxelas para relançar as negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia. Carlos Coelho reagiu às conclusões desse encontro, alertando para a necessidade de avançar nas negociações para evitar uma saída sem acordo.
O Deputado ao Parlamento Europeu salientou que “estamos a pouco mais de sete meses da data estabelecida para a saída do Reino Unido da União Europeia. Há um ano e meio que estas negociações se resumem a uma de três coisas: impasses motivados pelas circunstâncias políticas internas do Reino Unido, declarações de princípios do Reino Unido e da União que depois são arruinadas no combate político interno britânico ou simples bloqueio das negociações por posições políticas do governo de Londres, normalmente motivadas por sucessivas crises internas. Este clima está a impedir um acordo em tempo útil. Não nos podemos esquecer que qualquer acordo de saída e qualquer acordo para futuras relações tem de ser aprovado, assinado e ratificado tanto pelas autoridades britânicas como pelas instituições europeias. E tanto o Conselho Europeu como o Parlamento Europeu - sobretudo este - precisam de tempo para um debate sério e para decisões equilibradas que cheguem a tempo de salvaguardar o mais importante: os direitos dos cidadãos europeus”.
Carlos Coelho acrescentou ainda que “passado um ano e meio ainda não temos decisões sobre a fronteira entre as Irlandas, que é um assunto de primeira importância. E também não temos sobre matérias como as indicações geográficas protegidas, por exemplo. Isto apenas para dar dois exemplos do atraso em que se encontram estas negociações. Não bastam os compromissos de intensificar as negociações a partir daqui. É preciso agir em conformidade com essas declarações para evitar que, chegados a Março de 2019, a saída seja de tal forma abrupta que coloque em causa os direitos dos cidadãos europeus, a integridade do mercado único e uma relação bilateral entre UE e Reino Unido que, por todas as razões, tem de ser tão estreita quanto possível”.