O Deputado do PSD Carlos Coelho defendeu hoje, em Bruxelas, ser fundamental "travar na origem o problema da imigração ilegal e, nomeadamente, que se leve a cabo um combate eficaz contra os indivíduos que estão envolvidos no tráfico de seres humanos (que acabou por se tornar na terceira actividade mais lucrativa para o crime organizado), bem como na exploração económica dos migrantes".
Mas, sublinhou Carlos Coelho, "se por um lado é importante que exista uma política comum da União Europeia, que tenha como objectivo a prevenção, a repressão e a punição eficaz e dissuassora desses criminosos, por outro lado, é igualmente essencial que se adoptem medidas destinadas a proteger a segurança e a dignidade das vítimas, devendo ser dada uma atenção especial à situação das pessoas mais vulneráveis como é o caso das mulheres e crianças (segundo uma estimativa da Organização Internacional para as Migrações, o tráfico de seres humanos afecta anualmente em todo o mundo 700.000 a 2 milhões de mulheres e crianças)".
Carlos Coelho apoiou a proposta de directiva hoje aprovada pelo Parlamento Europeu porque esta "ao introduzir a autorização de residência de curta duração para as vítimas da imigração clandestina e do tráfico de seres humanos, permitirá incentivar essas vítimas a cooperar na identificação e mesmo numa acção penal contra os autores de tais crimes.
Há que permitir às vítimas dessas redes, frequentemente sujeitas a violências, ameaças, maus tratos e segregação, bem como obrigadas a reembolsar as dívidas que contraíram, que se possam defender, e ajudá-las com vista a adquirir uma autonomia em relação aos traficantes, que exploram a sua posição económica e social vulnerável. Deverá ser-lhes dada a oportunidade de iniciar uma nova vida, com acesso a alojamento adequado, a cuidados médicos e psicológicos, bem como ao mercado de emprego, à educação e à formação.
Deste modo, acrescentou, contribuímos para reforçar os instrumentos de luta contra a imigração clandestina e o tráfico de seres humanos".