O eurodeputado José Manuel Fernandes desafiou hoje alunos do ensino básico e secundário a questionarem-se sobre o que podem dar à União Europeia, e não se limitarem a olhar para o que podem receber, no sentido de promover uma reflexão sobre o papel de Portugal e da região no contexto europeu.
Em sessões alusivas à Semana da Europa em diferentes escolas do Minho, José Manuel Fernandes reclamou uma atitude de maior ambição e interventiva dos jovens na sociedade, procurando também impor uma mudança de mentalidade na forma como encaramos o conceito de solidariedade e partilha.
“Em relação à União Europeia, a nossa preocupação tem sido sempre muito egoísta. Limitamo-nos a perguntar ‘quanto é que nos vão dar’. Mas nunca fazemos a pergunta: o que é que vamos dar à UE?”, incitou José Manuel Fernandes que esteve de manhã nas escolas Secundária de Vila Verde e EB2,3 de Moure, numa jornada que incluiu a participação em sessões na Secundária das Caldas das Taipas (Guimarães) e na Casa do Povo de Freixo, Ponte de Lima.
Frisando que “solidariedade, ou partilha, não é só receber, mas também dar”, o eurodeputado sublinhou que Portugal e o Minho têm muitas mais-valias para partilhar com a UE, desde as marcas deixadas nas ex-colónias à língua e demais património natural, arquitetónico e humano.
Sempre em defesa de objetivos e metas mais difíceis para garantir melhores resultados, José Manuel Fernandes assumiu-se como “federalista”, propondo um processo de integração capaz de dar “maior legitimidade democrática às instituições europeias, a começar pelo presidente da Comissão”,
“É preciso mais solidariedade e promover um sentimento comum de europeus. Mas, para isso, temos de partilhar coisas boas e más. E ser capazes de construir um orçamento comum, que possa eliminar as diferenças e as disputas entre estados-membros sobre ganhos e custos”, defendeu o eurodeputado.
Na caraterização da atual situação da União Europeia, José Manuel Fernandes alertou que “estamos perante terreno fértil para a demagogia, o populismo e os extremismos, por força da crise económica, financeira e social que atravessamos”, o que – em seu entender – voltou a fazer perigar o sucesso de paz que representa a construção europeia.
Por uma Europa capaz de mobilizar os cidadãos e fazê-los sentirem-se mais europeus, apesar da grande diversidade do território e da identidade social das suas 271 regiões, propõe “uma UE mais social, com direitos sociais, um orçamento maior, uma maior harmonização fiscal e uma solidariedade que permita colocar em comum as dificuldades e os benefícios do projeto europeu.